Brasil intensifica campanha pela FAO
A pouco mais de duas semanas das eleições para a sucessão na FAO, o Brasil intensifica a campanha em favor da candidatura do ex-ministro de Segurança Alimentar e Combate à Fome José Graziano da Silva..... Ele e o chanceler Antonio Patriota participam da reuniões na ONU, em Nova Iorque, onde multiplicam contatos. Diplomatas reconhecem nos programas de transferência de renda iniciados por Graziano no governo Lula, em 2003, uma referencia mundial no combate à fome.
No Brasil, porém, o candidato da derrota conservadora, José Serra, desmerece os avanços na área da segurança alimentar, que se tornou prioridade do Estado com a filosofia trazida pelo Fome Zero. Em artigo no Globo desta sexta-feira, diz o tucano: "(o Fome Zero) ficou só no nome, que fez sucesso no Brasil e, principalmente, no exterior. Suas múltiplas ações e metas, divididas em quatro eixos - acesso a alimentos; fortalecimento da agricultura familiar; geração de renda e articulação, mobilização e controle social -, pouco saíram do papel".
Talvez ainda sob efeito da bolinha de papel eleitoral, o tucano tenha esquecido dados importantes. Fatos:
a) a desnutrição infantil diminuiu 61% de 2003 a 2008;
b) relatório da insuspeita ONG ActionAid aponta o Brasil como o país que mais promoveu ações de combate à fome, reduzindo em mais de 50% o baixo peso entre crianças, em menos de uma década;
c) entre 2003 e 2010 houve um aumento real de 42% na renda média no campo, cujo índice de pobreza recuou de 51,5% para 31,9% (FGV);
d) a renda da agricultura familiar cresceu três vezes mais do que a renda média do país nesse eríodo (FGV);
e) em 2010, o governo destinou R$ 800 milhões ao Programa de Aquisição de Alimentos , volume que chegará a R$ 2 bi até 2014;
f) o crédito rural cresceu 8 vezes desde 2003, passando de R$ 2 bi para R$ 16 bi e incluiu mais de 1,1 milhão de novos produtores;
g) 28 milhões de brasileiros deixaram a pobreza extrema desde 2003; 36 milhões ascenderam na pirâmide da renda; mais de 50 milhões beneficiam-se do Bolsa Família.
Ou será que Serra ainda não entendeu as razões da sua derrota em 2010?
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