Uma aliança na defesa da indústria

Paulo Skaf

É simbólica a aliança entre a FIESP e as duas maiores centrais sindicais brasileiras (CUT e Força Sindical), firmada oficialmente, ontem, contra os riscos de desindustrialização no país. O pacto entre forças tão distintas não apenas representa interesses legítimos corporativos e sindicais, mas defende uma questão nacional, o desenvolvimento.
As três forças pretendem levar ao governo uma série de reivindicações que incluem desde desonerações tributárias para empresas e empregados, até a redução da taxa básica de juros. Paulo Skaf, presidente da FIESP, tem razão quando argumenta que, a cada ponto percentual de aumento na taxa Selic o Brasil paga, por ano, R$ 20 bi a mais em juros. "Se podemos pagar R$ 240 bi por ano em juros, por que não podemos tomar medidas emergenciais que vão preservar a indústria?", pergunta-se ele.....
Diálogo e parceria 
Uma aliança como esta só é possível numa democracia, na qual o governo não apenas aceita, mas estimula o diálogo. Ela contempla implicações de longo prazo. Em pauta está o estímulo a uma maior produtividade e competitividade, sobretudo das exportações.
E, ao contrário do que pode parecer, a aliança não está na contra mão das políticas do governo. No mesmo dia da sua formação, Luciano Coutinho, presidente do BNDES, anunciava que o governo prepara uma série de medidas para evitar a contínua valorização do real e a perda de competitividade de nossa indústria. Como se vê, estamos falando de medidas não apenas reativas, mas proativas, a exemplo do Plano de Desenvolvimento Produtivo.
Vale lembrar, ainda, o anúncio do governo de medidas para incentivar o uso dos tablets no país (leia mais ), sua produção e incorporação da sua tecnologia. Esta é mais uma iniciativa que demonstra como a administração Dilma Rousseff vai de encontro aos interesses da indústria e dos sindicatos.
Em resumo, redução tributária, acesso à tecnologia e produção no Brasil são três objetivos virtuosos de uma economia produtiva e nacional.
Opensante