domingo, 3 de outubro de 2010

A batalha da comunicação


Um dos maiores erros do governo Lula foi a maneira extremamente condescendente com que tratou as empresas de comunicação. Simplesmente deixou que a meia dúzia de famílias que mandam na informação no país fizessem o que quisessem, incluído nesse pacote a extinção da Lei de Imprensa e a derrubada da exigência do diploma superior de jornalismo para o exercício da profissão - o que, na prática, acabou com a função de jornalista.
A única coisa boa que o governo Lula fez nessa área foi irrigar os jornais do interior com verba publicitária. Mesmo assim, continuou sendo extremamente generoso com seus inimigos - sim, inimigos, porque não dá para dizer outra coisa de quem trabalha, dia e noite, sem descanso, desde 2003 para defenestrar o ex-metalúrgico do Palácio do Planalto.
Estas eleições mostraram claramente que não dá mais para que o setor de comunicações continue do jeito que está, sem rédeas, sem freios, atuando como uma gigantesca máquina de propaganda, acabando com a vida dos desafetos, se movendo com incrível desembaraço acima das leis, ignorando sua função social, servindo apenas no interesse dessa oligarquia que se recusa a aceitar as mudanças no país.
Os jornalistas - se é que ainda existam alguns - também deveriam começar a se mexer, pressionando as autoridades, os partidos políticos, as lideranças sociais, para que elas saiam desse imobilismo e ajam no sentido de levar o setor de comunicações para a contemporaneidade, em todos os seus aspectos.
Se isso não ocorrer, vamos ficar sempre nos lamentando das manchetes mentirosas dos jornalões, da barbaridade que foi a edição do Jornal Nacional, das baixarias que a televisão nos mostra incansavelmente.
É preciso dar um basta em tudo isso.
crônicas do Motta

Nenhum comentário:

Postar um comentário