Deixei o post da íntegra da representação do MSM à PGE em evidência, no alto da primeira página do blog, por mais tempo do que pretendia. Minha intenção era a de postar ontem à tarde. Todavia, aqueles problemas pessoais que a maioria de vocês conhece – e, para quem não conhece, esclareço que minha filha caçula, que passou mais tempo dos últimos doze meses no hospital do que em casa, voltou a adoecer seriamente – tomaram-me o dia, ontem , até quase o fim da noite.
Por conta disso, o protocolo da representação só será divulgado aqui na próxima terça-feira, pois chegaram mais apoios de última hora e não tive como avaliá-los e compilá-los a tempo para que a efetivação da medida do MSM ocorresse hoje.
Posso garantir, no entanto, que, na primeira hora do horário comercial da próxima segunda-feira o MSM enviará a Brasília, por Sedex, a medida judicial que está tomando e que, como assunto principal deste post, creio ser oriunda de um clamor da sociedade por interferência da Justiça brasileira em uma afronta diária às leis e aos cidadãos conscientes e responsáveis, afronta que vem sendo perpetrada por um reduzido grupo político-empresarial detentor de concessões públicas de rádio e tevê ou, na melhor das hipóteses, beneficiário de arcas incontáveis de dinheiro público.
Diante disso, cabe deixar bem clara uma reflexão óbvia que este texto propõe, de que o que mais irá importar, a partir de agora, não será a aceitação ou não da medida em questão, mas o que causou esse resultado, se o direito ou a política.
Explico: a juízo do Movimento dos Sem Mídia, a lei foi claramente violada. Os exemplos de infração da lei eleitoral elencados na peça que nossa organização erigiu para levar à Justiça são claros e inequívocos. Desta maneira, o resultado da medida de mais de três mil cidadãos brasileiros em pleno gozo de seus direitos civis e políticos – sendo muitos deles nomes de expressão do Direito, do jornalismo, da Academia e de vários outros setores da sociedade igualmente relevantes, ainda que menos eminentes – revelará, ao menos aos que dela tiveram conhecimento, em que país estamos vivendo.
Se somos uma republiqueta bananeira, do ponto de vista institucional, ou se as nossas instituições começam a se colocar à altura do país que o Brasil está se tornando na economia, na ciência, nas artes e, sobretudo, na democracia política. Pode a Justiça de um país civilizado se acovardar diante de meia dúzia de grandes meios de comunicação e do grupo político ao qual essas empresas familiares estão aliadas?
Nesse aspecto, além de a medida do MSM ser necessária para mostrar às pessoas que não se deve ter mais medo de exigir que as leis sejam respeitadas por todos, por mais ricos e influentes que sejam, e que cada cidadão tem, se quiser, a possibilidade de fazer o mesmo que nós, os sem-mídia, estamos fazendo, essa medida de nossa organização irá nos revelar que país é este. Para o bem ou para o mal.
blog da cidadania
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