Um integrante da Casa Militar do governo tucano de Yeda Crusius, no Rio Grande do Sul, acessou 95.000 vezes os dados de políticos, jornalistas, advogados e policiais, entre outros, em um dos maiores esquemas de violação de sigilo já feitos no país.
Em volume de informações violadas, só perde para os 60 milhões de brasileiros que tiveram seu sigilo bancário quebrado pela empresa da filha de Serra, em 2001, como relatou matéria da Carta Capital.
A informação sobre os acessos do sargento César Rodrigues de Carvalho, que está preso, foi dada à rádio Guaíba pelo promotor de Justiça Amílcar Macedo, encarregado da investigação, como noticiou o site R7. Segundo o procurador, houve violação de sigilo de autoridades de maior status que os revelados até agora.
O caso que começou no dia 3 de setembro como suspeita de extorsão de donos de bingos se tornou espionagem política, envolvendo autoridades, jornalistas e partidos. Num primeiro momento, de acordo com o promotor Amílcar Macedo, foram verificados dados de um senador, de um ex-ministro de Estado, de um oficial do 5º Comando Aéreo Regional (Comar) e do chefe de Inteligência do Comando de Policiamento Metropolitano.
Mas logo depois, se constatou que o sargento também investigou o PT, os diretórios municipal e estadual e carros registrados em nome do partido. Ele pesquisava ainda informações sobre filhos de deputados estaduais e de uma desembargadora.
Em 2009, o sargento fez 51.000 acessos e em 2010, até o dia 10 de agosto, outros 44.000. Segundo a agência de notícias online Brasília Confidencial, o ex-ouvidor da Segurança Pública do Rio Grande Sul, Adão Paiani, filiado ao DEM, postou ontem no twitter que a “lista completa dos espionados pela polícia política de Yeda Crusius vai estarrecer a sociedade gaúcha”.
Paiani foi exonerado do cargo no começo de 2009 e disse que na ocasião denunciou a arapongagem tucana à governadora. Em outra mensagem no twitter, atacou Yeda: “Principal atriz do submundo político do RS é a Governadora, comandante de esquema de corrupção e espionagem jamais visto na história do RS”. Paiani afirma que a “lama bateu no teto do gabinete da governadora”.
O araponga do PSDB disse ao promotor que agia obedecendo determinações de superiores e, também, por curiosidade. Já Yeda Crusius acusou o Ministério Público de provocar “a insegurança dos cidadãos” e de ter a “síndrome dos holofotes”.
O Ministério Público informou que o sargento teve aumento de salário três dias antes de ser exonerado da Casa Militar com a eclosão do escândalo de espionagem.
By: Tijolaço,via com textolivre
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