quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Preço alto não é imposto. É ganância


Estadão noticia nesta segunda-feira que as montadoras de automóveis estão reduzindo os preços para escoar estoques e vários modelos zero-quilômetro estão mais baratos (tabela ao lado) do que quando vigorava a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), medida do governo para combater a crise global.
Como os empresários certamente não estão perdendo dinheiro, fica evidente que mesmo com o IPI integral é possível baixar os preços e ter lucros.

O grande problema no Brasil é a mentalidade dos empresários que acham que para lucrar é preciso cobrar mais, mesmo vendendo menos. Não passa pela cabeça de muitos deles que ganhando menos mas vendendo mais, ganham tanto ou mais.
Este é um país mal acostumado com uma história de ganhar mais nas finanças que na produção, de ganhar mais no preço do que no volume de vendas. Claro, quando um povo não tem trabalho e salário, ele se torna um problema. Mas – os “sábios” não sabiam – quando este povo tem trabalho e tem salário, ele se torna uma solução para a economia.
Quando o IPI foi reduzido, havia fila de espera para comprar carros e a indústria foi obrigada a acelerar a produção para atender a demanda. O Brasil se tornou um país majoritariamente de classe média, como apontou estudo recente da Fundação Getúlio Vargas, e o consumo está aquecido.
As oportunidades estão postas e quem souber aproveitá-las vai ter grandes resultados. Não por outra razão, o empresário Eike Batista anunciou hoje que vai construir uma nova montadora do país, no Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Eike pode ser qualquer coisa, mas bobo não é.
O projeto de Eike, segundo o IG, será voltado principalmente à produção de carros elétricos, e o empresário já vislumbra um salto gigantesco do mercado de automóveis, que produz atualmente 3,5 milhões de unidades. “O Brasil vai produzir em breve oito milhões de automóveis por ano”, afirmou.
Com a redução de preços que promovem agora, os empresários percebem que não são os impostos e nem a inflação sob controle que pesam sobre os produtos que fabricam. É muito mais a ganância do que a real necessidade de lucro. O Brasil não está cansado de impostos, se estes reverterem para o bem comum e o progresso do país. Está cansado de ganhar pouco, pagar caro e não ter futuro.
Por isso, o Serra do “Brasil da roda presa” está atolado. E o Brasil que vai pra frente – mas desta vez com o povo junto – está “bombando”.  E olha, amanhã sai o Caged – alguém duvida que tem mais dezenas ou centenas de empregos a mais?
tijolaço

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