Sou inteiramente a favor de que um jornal declare publicamente o apoio a uma candidatura. Existe, porém, uma diferença fundamental entre dizer a seus leitores que fulano de tal é, na sua opinião, o sujeito que melhor expressa o ideário da empresa, e o jornal subverter a sua função principal, que é dar notícias.
E é isso o que vem ocorrendo hoje no Brasil, quando grandes órgãos de imprensa deixaram de lado qualquer preocupação com os fatos e passaram a ser meros panfletos eleitorais do candidato tucano, jogando no lixo toda a credibilidade que tiveram um dia.
Essa é uma aposta muito arriscada. Pressupõe que a empresa despreza a possibilidade de seu candidato perder a eleição - e isso pode perfeitamente acontecer. E, se ocorrer, pode comprometer todo o futuro da empresa, pois Dilma não é o cordato Lula, o presidente que mais foi criticado, xingado, difamado, caluniado e injuriado pela imprensa em toda a história do Brasil, e, surpreendentemente, melhor tratou os seus profissionais.
Dilma, é bom que a imprensa que hoje esculhamba com ela todos os dias saiba, não nasceu politicamente no movimento sindical, não tem a capacidade de negociação de Lula e muito menos a sua paciência.
Sua eleição pode ser fatal para os barões da comunicação do Brasil, que adoram confundir o conceito de liberdade de imprensa com o de liberdade de expressão.
Dilma, para o azar dessa gente, sabe muito bem a diferença entre essas duas idéias.
Crônicas do Motta
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