segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Aliança “telhado de vidro” dificulta governo Dilma.




Por Douglas Yamagata

As eleições do ano passado foram preocupantes do ponto de vista ideológico. Via-se de um lado, a volta total do neoliberalismo capitaneado por José Serra. De outro, a continuidade de um governo de coalizão com diversos partidos, onde o PT deu mostras de superioridade nos 8 anos que governou com Lula na presidência.

No entanto, após a vitória de Dilma, foi necessário ceder Ministérios e pastas para estes partidos da coalizão, que na maioria são partidos meramente fisiológicos, tais como o PR e o PMDB. Estes partidos possuem estas características há muito tempo e não escondem de ninguém que o tipo de política que eles fazem visa primeiramente eles, depois o povo (se der). São partidos com um grande “telhado de vidro”, cuja corrupção e falcatrua sempre estiveram presentes em suas atuações.

Já a oposição neoliberal do PSDB, PPS e DEM, após a fragorosa derrota de 2010 tenta se reconstruir e tais episódios de falcatruas são um prato cheio para quem tem como parceiros a Rede Globo e os grandes meios de comunicação.

Mas afinal, qual é o projeto maquiavélico da oposição?

A oposição sabe que é difícil ficar atirando pedras em Dilma. Fica difícil atacar uma presidenta que tinha mais de 70% de avaliação positiva.

Desta forma, a oposição parte para o ataque à base aliada do governo. Lembrando que a oposição detém os meios de comunicação na mão e qualquer fato, por menor que seja, torna-se uma verdadeira tempestade para o governo, cujo desgaste fica a cargo da imprensa golpista.

A oposição sabe que Dilma não gosta de coisas erradas no governo, tanto é que trocou alguns ministros e demitiu diversas pessoas da base aliada com cargos no governo.

Isso é justamente o que a oposição quer: colocar a base aliada em conflito com a presidência. Desta forma, faz com que as relações entre os partidos aliados e o PT também fiquem fragilizados, pois uma das preocupações da oposição são as eleições de 2012, onde o PT e partidos aliados tentarão realizar inúmeras alianças visando a conquista do maior número de prefeituras possíveis, inclusive no estado de São Paulo que é o maior reduto tucano.

Fragilizando as relações, a oposição pode novamente tentar a aproximação dos partidos que antes estavam na base aliada. Como estes partidos são fisiológicos, tudo pode se esperar. Afinal, já foram aliados antes, lembram?

Mas aguardem, pois a oposição está orquestrando muito mais ataques, como já previsto no início do governo. Certamente, estão com uma estratégia muito bem articulada entre os partidos, imprensa golpista e pessoas ligadas à eles em órgãos do governo.

Pelo jeito, alguns resultados a oposição já está colhendo. É só ver a “greve” de parlamentares, anúncio e boatos de rompimentos de partidos aliados e a avaliação de Dilma, que caiu de 73% para 67% em agosto. E tudo isso, apenas no primeiro ano de governo.

Desta forma, será preciso muita habilidade de Dilma para cuidar dos seus “telhados de vidro” daqui pra frente. Será preciso contra-atacar e cabe ao PT tomar frente neste debate e articulação com os partidos. 

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