sexta-feira, 24 de junho de 2011

Aeronave Hipersônica... Brasileira - 14-x

O 14-X é um veículo de demonstração que deverá voar em 2013. Com 2 metros de comprimento, passará por três testes principais:
No primeiro será lançado em um foguete VSB-30. Ao atingir 100 mil pés o primeiro estágio será ejetado, o segundo acionado e o conjunto atingirá Mach 6 (sorry, Speed) sem que o 14-X seja desacoplado ou tenha os motores ligados. Isso permitirá que sejam colhidas informações de performance aerodinâmica e da câmara de combustão dos motores.
No segundo teste os motores serão ligados brevemente, com a aeronave acoplada.
Somente no terceiro teste o 14-X será ejetado e seus três motores scramjet entrarão em ação, levando o veículo a pelo menos Mach 10.
O Scramjet é um tipo de motor a jato sem partes móveis. A grande complexidade das turbinas está no compressor, necessário para que o ar seja (obviamente) comprimido. Esse ar, misturado com combustível e inflamado é que gera a propulsão. Um Scramjet não tem compressor.
Ele utiliza o ar externo em velocidade supersônica, que é comprimido pela própria forma interna das paredes do motor. O resultado é uma potência muito maior em relação ao peso, velocidade acima de qualquer coisa com partes móveis e manutenção mínima.
A parte ruim é que não pode ser acionado no solo, ou em baixa velocidade. Daí os foguetes para acelerarem o 14-X.
O protótipo Scramjet mais bem-sucedido é o X-43A, da NASA, que atingiu Mach 9.8 e 2004.
Depois disso o programa caiu em desgraça política, hoje o mais modesto Boeing X-51 segue como projeto mais promissor.
Não é uma tecnologia que vá melhorar a Ponte Aérea, mas em um mundo cada vez menor, o tempo de vôo ainda é um incômodo e um empecilho. O avião comercial mais rápido do mundo, o Concorde, fazia Londres-Nova York em 3h30min. Um vôo comercial normal leva entre 7 e 8 horas. O lendário SR-71 Blackbird fez o percurso em 1h54min.
Pense na economia de tempo, o Blackbird tinha velocidade máxima de Mach 3.2, um Scramjet comercial poderia fazer a maior parte do percurso em Mach 10. Descontando detalhes como preço, seria possível morar em um continente e trabalhar em outro.
Em um país onde ciência só aparece na TV para brigar com astrólogo e homeopata no Superpop, dá gosto, dá esperança ver uma pesquisa de ponta (MESMO!) sendo feita, visto que não é uma área exatamente abundante de recursos e verbas.

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