Roberto Sávio, IPS / Envolverde
“Não passa um dia sem que o aperta-afrouxa entre os financeiros e os Estados apresente notícias devastadoras. Agora se informa que o governo grego, para seguir cobrando uns subsídios inúteis, pois não solucionarão seus problemas, demitirá outros 30 mil servidores. É difícil entender como um país que está sofrendo uma contração importante em seus consumos poderá sair de uma espiral cruel, que causará déficits sociais graves, sem conseguir solucionar seu déficit fiscal. Apesar disso, os bancos não estão dispostos a eliminar nenhuma das práticas ruins que causaram a atual crise.
Recentemente, o Estado norte-americano iniciou um gigantesco julgamento por fraude contra um grupo de grandes bancos. A tendência do governo é aceitar uma ingente indenização e encerrar os procedimentos legais. O parlamento suíço, após manobra fraudulenta de um trader, que causou perda de US$ 2 bilhões à Union des Banques Suisses, estuda como aumentar a capitalização de seus bancos, para que sejam mais sólidos. Por todos os lados, os bancos lutam para deter qualquer reforma do sistema financeiro, já que indo mal os Estados intervirão para salvá-los. Segundo números oficiais, os lobbies norte-americanos gastaram US$ 200 milhões para impedir novas regulamentações.
Somente na Grã-Bretanha foram reformuladas propostas concretas. Uma comissão especial determinou que para conter a especulação deve-se voltar a separar o sistema financeiro em dois ramos: um, o dos bancos que recolhem depósitos do público e não podem utilizá-los para atividades especulativas; o outro, dos bancos de investimentos que podem fazer operações de risco.”
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