quinta-feira, 30 de junho de 2011

Vão dizer que é artigo do PIG, aposto.


A verdade quase sempre dói. Mas numa democracia ela é mais do que necessária para entender o que existe por trás do que aparentemente é legal. Vamos analisar por exemplo a fusão do Pão de Açucar com o Carrefour no Brasil, negócio que tem resistência do próprio controlador francês, Casino....

Na engenharia financeira está o BTG Pactual. O banco de investimentos está entre os 25 mais importantes doadores da campanha de Dilma Rousseff à presidência da República. Sozinho deu um milhão e trezentos mil reais para elegê-la. Isso mesmo: um milhão de doação!

Na compra do Carrefour, o BTG entraria com seiscentos milhões e o BNDES com quatro bilhões. Para quem não compreendeu a abrangência do negócio, quatro bi são quatro arenas do timão, em Itaquera, zona leste de São Paulo. É a terça parte do Bolsa Família, maior vitrine do governo para distribuição de renda.

O negócio faria o grupo Pão de Açucar controlar sozinho um terço de todo o comércio varejista do país. Isso equivale à terça parte de tudo o que as famílias brasileiras consumirem. Parece pouco? Um trilhão e seiscentos bilhões de reais! Ou seja, o grupo passaria a movimentar, sozinho, mais de quinhentos bilhões ao ano, uma potência mundial equivalente às maiores redes do mundo.

O que há de ilegalidade nisso? Aparentemente nada. Mas duvido que este tipo de negócio não deixe uma pulguinha atrás da orelha. Principalmente se considerarmos que o empresário Abílio Diniz foi o primeiro a anunciar apoio à candidatura Dilma, em março de 2010, ajudando a desmontar a barreira que estava sendo criada pela oposição contra a candidata de Lula.
No dia do anúncio Diniz, hoje com 74 anos, disse: "Dilma tem todas as condições de dar continuidade ao legado" deixado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.  Legado do crescimento, da geração do emprego e da distribuição de renda, logo, do consumo.

Vale lembrar ainda, que o empresário foi pivô de um caso emblemático na campanha de 1989. Às vésperas da eleição presidencial em que o ex-presidente Collor disputava com Lula, o empresário estava sequestrado. A polícia prendeu os sequestradores - ligados a movimentos de esquerda da América Latina - e tentou associar o sequestro ao PT. Chegou até a apresentar um dos criminosos vestindo camiseta da campanha de Lula, o que contribuiu para a derrota.
O dinheiro não tem ideologia. O dinheiro enxerga a oportunidade. E não podemos deixar de reconhecer que o governo Dilma é sim uma oportunidade enorme de expansão dos negócios. Se está certo ou errado, cada um que julgue como quiser.
do ladodelá

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