Durante toda a semana a imprensa deitou e rolou com matérias do megaevento paulistano que ficou conhecido como "Parada Gay", que realmente para grande parte da metrópole. É um acontecimento puramente midiático, que, a meu ver, nada acrescenta à causa da erradicação do preconceito - seja lá qual for - na sociedade brasileira.
Acho, sinceramente, que para acabar com o preconceito o único caminho é investir pesadamente na educação. Só por meio do conhecimento é que as pessoas descobrem o quanto de imbelicidade existe em negar às minorias os direitos que toda a sociedade tem......
Mas esse é um processo difícil e demorado. Passa, claro, pela educação familiar - e nada adianta o filho ser educado na escola, se, na família, tudo o que vê e ouve contraria o que lhe foi ensinado fora dali.
Há três anos, aqui mesmo nestas "Crônicas", escrevi algo que abordava o tema. Reproduzo o texto abaixo, sem nenhum modificação, pois continuo pensando da mesma maneira que antes.
Aí vai:
Falso arco-íris
Eventos como a Parada Gay de São Paulo são uma festa para seus participantes, para os fotógrafos e cinegrafistas, para a imprensa e, dizem, para as finanças da cidade. Mas não acrescentam nada na luta pela erradicação do preconceito contra os homossexuais.
Servem, isso sim, para fortalecer a homofobia. Aquilo que era para se tornar natural, incorporado à uma sociedade moderna e democrática, acaba virando motivo de piadas e brincadeiras de mau gosto.
Melhor fariam os organizadores do evento, mais preocupados em ostentar recordes de público, se usassem toda sua vitalidade para iniciar um processo educativo, que realmente explicasse às pessoas todo o mal que o preconceito e a discriminação podem produzir.
É uma pena que um tema tão sério e importante seja tratado com tamanha inconseqüência e superficialidade - sinal de que, infelizmente, grande parte dos engajados na causa se deixa levar pelo protagonismo midiático, de vida tão efêmera quanto o de uma borboleta.
Crônicas do Motta
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