Presidenta Dilma Rousseff |
*Thierry Apoteker - publicado no Financial Times
inSurGente.org - Internacional – América
Traduzido por Vera Vassouras
Brasil enfrentará algumas decisões difíceis nos próximos tempos, tendo, final do jogo, “provavelmente” que fazer uma redução importante das taxas de financiamento e uma forte depreciação da moeda.
A região treme, principalmente a Argentina e Uruguai.
Em Londres funciona o principal mercado: O mercado de Divisas. Londres e o Financial Times sabem do que falam quando decidem falar. A Presidenta brasileira, Dilma Rousseff, antes de assumir o cargo afirmou que o Brasil necessitava de uma desvalorização. Lula instou-a a calar-se, então.....
Esta semanada Rousseff visitou o Uruguai e, no mínimo, o InSurGente não acredita que a mandatária brasileira tenha visitado Montevidéu somente para firmar quatro acordos “peidados” em quatro horas de visita. InSurGente acredita que Rousseff visitou José Mujica para avisá-lo que o Brasil se prepara para desvalorizar sua moeda.
Em sua estadia em Montevidéu (4 Horas) Rousseff mencionou não menos do que três vezes sobre o crescimento da região, afirmando que este incremento deve ser mantido (neste momento existe uma desaceleração de sua economia) com a desvalorização do Real.
De fato, ninguém duvida que o Brasil desvalorizará sua moeda. O que falta saber é quando, como e quanto.
Afirma o FINANCIAL TIMES: Os fabricantes brasileiros da política tem feito subir as taxas de juros constantemente desde o primeiro trimestre de 2010, e a taxa de referência Selic em 8,75 por cento ao ano.
Em Abril de 2010 subiu a 12 por cento depois dos últimos 0,25 pontos básicos, tornando em 20 de abril de 2011, a mais alta taxa de juros entre as grandes economias emergentes.
Essas altas taxas estão pesando demasiado nos aportes de investimento, porém a oferta monetária, a expansão do crédito e a inflação, não estão acelerando: a inflação anualizada bateu em 6,51 por cento ao ano em abril, um décimo de ponto acima do teto previsto pelo Banco Central.
Ao mesmo tempo, o diferencial entre as taxas de juros do Brasil e dos EUA é enorme, atraindo fluxos de capital e impulsionado certo crescimento, apesar dos novos impostos sobre aplicações de capital estrangeiro de curto prazo.
As entradas de capital elevaram a taxa de cambio até o ponto que se tem convertido em uma grande desvantagem para os exportadores de produtos manufaturados, enquanto que as intervenções de mercado pelo Banco Central limitam a pressão de aumento sobre a apreciação que se refere à oferta monetária interna e contrastam o efeito das altas taxas de investimentos.
A conclusão é que a apreciação cambial se transformou progressivamente no único e substancial contrapeso à inflação.
A consequência natural desta combinação de políticas são os crescentes desequilíbrios exteriores e os obstáculos substanciais para o crescimento a longo prazo.
De fato, espera-se que o Brasil registre um déficit por conta corrente de $65bn neste ano, em comparação com $ 47,5 bn em 2010, apesar da desaceleração da atividade econômica (o crescimento do PIB desacelerou de 7,5 por cento em 2010 e por volta de 4,5 por cento neste ano) e favorável às circunstâncias internacionais.
Considerado o potencial de reversão dos preços e a desaceleração prevista do crescimento chinês, existe um claro risco nas contas externas. Ao mesmo tempo, a evidência anedótica sugere que a valorização atual da moeda está se convertendo em um obstáculo importante para os fabricantes brasileiros.
O alto nível da BRL também explica porque a oferta está desacelerando mais rápido do que a demanda, com uma participação crescente da demanda satisfeita pelas importações baratas.
Ao mesmo tempo, altas taxas de juros atuam como uma interrupção permanente nos gastos de investimento, com o investimento total como porcentagem do PIB no Brasil, abaixo de 19 por cento, um nível insuficiente para assegurar um crescimento econômico superior a 4 por cento ao ano e para satisfazer as demandas sociais nos próximos anos.
Os modelos quantitativos de TAC mostram que o dólar estadunidense está atualmente sobrevalorizado em uns 25 a 30 por cento. O índice do FMI para a BRL efetivo real de câmbio sugere uma taxa de 50 por cento de supervalorização.
Com uma combinação de menor crescimento, o aumento dos déficits exteriores, grandes entradas de capital especulativo e de dificuldade conjuntural na gestão, a questão agora não é se se deprecie a moeda, senão quando e quanto.
O banco central provavelmente trata de evitar que sua credibilidade anti-inflação não seja ameaçada, e devemos esperar pelo menos um ou dois aumentos de 0.25 pontos básicos na taxa Selic entre agora e o final do terceiro trimestre.
Nesta ocasião, a inflação terá alcançado seu pico de maio e poderia voltar rapidamente dentro da meta do banco central (4,5 por cento +/- 2 pontos porcentuais).
Se a retidão fiscal anunciada for mantida, a desaceleração da inflação geral deveria ser suficiente para induzir uma mudança rápida na política de investimentos, possivelmente com algumas medidas quantitativas associadas à expansão de crédito.
Se isto ocorre ao mesmo tempo das mudanças do câmbio progressivo na política do FED e da reversão dos preços dos produtos básicos, criar-se-á imediatamente uma forte pressão à baixa no BRL.
Sem dúvida, o Brasil tem acumulado reservas de divisas de grande montante em dólares ($315bn ao final de março de 2011), o que seria útil para assegurar que tais pressões da moeda, que não se traduzam em uma série de questões de execução e liquidez, não chegue a ser significativo.
Em geral, o retorno do BRL a um nível competitivo de 2.10-2.30 euros por dólar, associados com tipos de investimentos reais ligeiramente mais baixos, criaria um ambiente muito melhor tanto para o desenvolvimento estrutural como conjuntural do país.
Como sempre, o objetivo é passar de cá para lá, enquanto se gestiona o impacto potencial dos movimentos de capitais altamente voláteis.
*Thierry Apoteker, é diretor executivo e economista chefe da TAC, grupo de investigação especializado no desenvolvimento econômico e os problemas financeiros nos mercados emergentes.
Nota de tradução
Seria interessante que alguém comentasse o artigo. Nossas reservas permanecem no FED para fabricação de guerras e corromper políticos ao redor do mundo Nosso superavit é sustentáculo para a sobrevivência da caquética Europa e, por outro lado, vivemos para manter os investimentos de interesses corporativos bárbaros que nada tem a ver com o desenvolvimento do ser humano e a defesa do planeta. Para finalizar, está explicado porque a imprensa está criando a inflação. Já que vai desvalorizar, tratemos de garantir os lucros! Bárbaro! Que saco!
redecastorphoto
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