Muita gente, de boa fé, tem se deixado confundir. Que eventuais irregularidades, de Palocci ou de quem quer que seja, têm de ser investigadas, dentro da lei.
É muito diferente de a gente aceitar a onda golpista que já deixou a profundezas dos desejos íntimos do conservadorismo e, ainda sem a coragem de dizer o que pretende, já acusa o país de estar sem governo.
Veja o que Serra disse na convenção do PSDB. As palavras são exatamente as que ele reproduz, em seu site.
“Em muito menos tempo de governo do que se poderia imaginar, o pior já está acontecendo. Temos uma Presidência em que, cada vez mais, quem foi eleita não governa, e quem governa não foi eleito. O atual governo se mostra negligente, omisso e incompetente. E recomeça o ritual de navegar nas águas da corrupção, dos escândalos.”
Não há traumas institucionais ou sem crises na economia que justifiquem este discurso. É o discurso de quem aposta na quebra da institucionalidade, ainda que não tenha a coragem de confessar.
Essa é a direita brasileira, meus amigos.
Em 1950, Lacerda escreveu que “o sr. Getúlio Vargas não deve ser candidato à Presidência. Candidato, não deve ser eleito. Eleito, não deve tomar posse. Empossado, devemos recorrer à revolução para impedi-lo de governar.”
Antes da vitória e da posse do novo Governo, a nossa direita já pretendia algo semelhante com Dilma.
E se você esqueceu do que ela quer, do que ela deseja, do que ela pensa, eu reproduzo aí em baixo o vídeo que o PSDB colocou no ar – e tirou, diante da repercussão – sobre o que imaginava seria o Governo Dilma.
Volte a pensar sobre o que estamos vivendo depois de assisti-lo e ver do que eles são capazes.
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