quinta-feira, 2 de junho de 2011

Devastação florestal para fugir da reforma agrária e o queridinho dos neo-camaradas ruralistas




Um erro justifica outro? Para o pragmatismo descarado na discussão em torno da mudanças no Código Florestal, sim

Enchi todo o meu peito varonil de paciência para ler o que Aldo Rebelo e cia. têm produzido nos últimos dias para tentar justificar o injustificável. A tese central é a de que a situação de ilegalidade de produtores rurais, por ocuparem áreas preservadas pelo Código Florestal, deve ser sanada legalizando a situação deles e não alterando a estrutura fundiária.....Conclui que devo ter perdido algum capítulo da novela do etapismo stalinista. Talvez em algum ponto entre a China Maoísta e a Albânia Hoxhista, que se forjou a aliança comuno-ruralista por um "capitalismo de resultados", e se resolveu abrir mão das lutas por uma reforma agrária que democratize o acesso à produção agrícola.

Sim, porque terra tem. E muita. Mas toda nos latifúndios improdutivos, ou na pecuária extensiva, no agronegócio de monoculturas repletas de agrotóxicos e para exportação.

Como muita gente foi sendo expulsa pelos ruralistas e ocupando as beiras de rios e lagos, parques florestais, etc. então a saída "brilhante" do pragmatismo político é a de não enfrentar os conflitos no campo e os que permanecem assassinando trabalhadores rurais à vista de todos e sim detonar as áreas preservadas (inclusive usando o fato de ainda existirem, como argumento em prol da devastação).

Afinal, ao contrário do que apregoa a denúncia de uma suposta "conspiração forasteira", o mercado internacional de comoditties está pouco preocupado com a biodiversidade brasileira - o que lhes importa são os superávits na balança comercial, desde que continuemos comprando suas bugigangas tecnológicas.

Seguindo a lógica PCO2doBeana, porque não anistiar sonegadores, estupradores, traficantes, etc.? Já que a "realidade" do calote, da violência e do consumo absolveria a "ilegalidade" dos criminosos e de seus crimes? #fikadika


*Foto de Adelino Ramos, Líder do Movimento Camponês Corumbiara, assassinado em 27/5/2011 (Jimmy Maciel / Sepror / FSP)

Boca digital

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