Acho interessante a leitura, para que possamos ter uma outra visão, menos ambientalista e mais crítica, sobre a abolição das sacolas plásticas, nos supermercados paulistas.
Se transferir esse mesmo raciocínio e lógica para outras ações, podemos ter noção dos interesses envolvidos por trás de temas "ambientais".Abraços,Mauricio Moromizato
AO VENCEDOR, AS BATATASFRANCISCO CHAGAS
Num dia, a Câmara Municipal de São Paulo aprova, a "toque de tambores", a lei nº 15.374 que propõe o banimento de sacolas de plástico em todo o comércio da capital. No dia seguinte, ela é sancionada pelo prefeito Gilberto Kassab. Assim, rapidamente.......
Esta lei é inconstitucional, e certamente será derrubada. Seus efeitos serão suspensos como ocorreu em cidades como Guarulhos, Guarujá, Piracicaba, Jundiaí, Osasco e outras.
Ela será dada como inconstitucional porque a Lei Federal nº 12.305 de dezembro/2010, ordena a Política Nacional de Resíduos Sólidos, envolvendo todas as cadeias produtivas no conceito de logística reversa, impondo responsabilidade e compartilhamento do problema entre todos os entes federados e na responsabilidade da gestão de todos os itens, com o conceito de reduzir, reutilizar, reciclar e os rejeitos serem aproveitados na geração de energia. A omissão implicará em ação criminal, podendo o gestor público ir para a cadeia.
Por isso, insistir em tornar a sacola plástica a grande vilã é mascarar os verdadeiros problemas ambientais de gestão de resíduos e de poluição na cidade e no Estado. Precisamos implantar o programa de coleta seletiva, apoiar cooperativas de catadores, instalar centros de triagem e compostagem e investir em novas tecnologias, além de ampliar o saneamento básico em áreas irregulares.
Há, ainda, outra questão importante a ser discutida. O relatório anual sobre a emissão de gases de efeito estufa, divulgado pela CETESB, citou que os grandes vilões do meio ambiente são os gases emitidos pelos veículos e pelas queimadas, responsáveis por 60% da poluição no estado.
Para desviar o foco, o Governador Alckmin fez um acordo com as grandes redes de supermercados, para que elas passem a cobrar as sacolas plásticas que, há décadas, já estão incorporadas ao preço das mercadorias, e representam o quarto item na composição dos custos. É uma verdadeira transferência de renda do consumidor para os abastados donos de supermercados. Exemplo: uma sacolinha custa três centavos para o estabelecimento, que passará a comercializar por 19 centavos. Um negócio do peru, ou melhor, do tucano.
O cidadão ainda terá que comprar os sacos de plásticos para acondicionar seu lixo, o que poderá gerar um acréscimo de, no mínimo, R$15,00, por mês, no orçamento doméstico.
Na indústria paulista, o fim das sacolinhas ameaça o emprego de mais de 30 mil trabalhadores diretos e 100 mil indiretos, segundo dados do Sindicato dos Trabalhadores Químicos de São Paulo e região. As demissões já começaram, sem nenhum programa de preparação e realocação de mão de obra do setor.
A conclusão atabalhoada na Câmara e o acerto comercial do governador Alckmin com os empresários dos grandes supermercados me fazem lembrar Machado de Assis: "ao vencedor, as batatas".
Matéria de FRANCISCO CHAGAS é cientista social, vereador e diretor do Sindicato dos Químicos de São Paulo.
sou contra porque não devia ter qualquer tipo de sacola ate as que agente compra ficou bem mas cara então pra tira só dos mercado ficou a mesma coisas não valeu a pena
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