Vinte e três anos antes do maior acidente nuclear no Japão, que aconteceu em março na usina de Fukushima, a desenhista Ryoko Yamagishi já previa o desastre. Em um mangá – histórias em quadrinhos feitas no estilo japonês – preto e branco de 46 páginas, a autora relatou a chegada de uma grande crise nuclear no país.
Com o nome de Phaethon, que na mitologia grega é o filho de Helios – deus do sol – que colocou a terra em perigo, o mangá antinuclear foi inspirado na tragédia de Cherlobyl, que aconteceu cinco anos antes da publicação, segundo Yamagishi.
Em entrevista ao jornal El Pais, a autora contou que depois do acidente nuclear na Ucrânia ela ganhou dimensão do que realmente significava a energia nuclear. Questionada sobre a relação com Fukushima, Yamagishi afirmou que realmente já havia pensado sobre o risco de ocorrer um acidente na região quando escreveu o mangá, mas que nenhuma autoridade assumiria a possibilidade.
Entretanto, após o terremoto e o tsunami que atingiram a região e provocaram o acidente nuclear seu mangá foi lembrado imediatamente. De acordo com Yamagishi, em 1988, quando a história foi escrita, 70 mil cópias do mangá foram vendidas. Após o acidente, porém, mais de 200 mil pessoas já leram o conto que agora está disponibilizado na internet.
Sobre a política energética japonesa, a autora do mangá que adiantou a tragéria alerta: “os reatores nucleares deveriam ser fechados um a um desde já e substituídos por mecanismos de energia solar, hidráulica e geotérmica”.
O link está aqui (mas sem tradução): http://usio.feliseed.net/paetone/_SWF_Window.html
by: hupomnemata
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