terça-feira, 3 de agosto de 2010

Privatizar é do DNA tucano e Serra é seu representante



Semana passada postei aqui entrevista de Fernando Henrique Cardoso à Veja em que ele dizia que José Serra foi quem mais se empenhou para a privatização da Vale. E no domingo, o ex-presidente concedeu entrevista à Marília Gabriela, na qual louvou a privatização da maior mineradora do país (veja vídeo). Não resta dúvida que é assim que pensam os tucanos e o que falta a Serra é falar isso abertamente em sua campanha, e não ficar de trololó inventando histórias para acusar Dilma e o PT.
Os tucanos foram e são privatistas e sua visão de economia é de que o mercado resolve as coisas melhor do que o Estado. Serra vendeu empresas enquanto ministro influente do governo FHC e continuou vendendo como governador de São Paulo. Sorte é que foi o Banco do Brasil que comprou a Nossa Caixa, do governo de São Paulo, senão era mais uma instituição pública que acabaria em mãos privadas.
Em sua mais recente entrevista, Fernando Henrique Cardoso revela claramente como os tucanos vêem o que consideram ganhos da privatização. Para acusar Lula e os que hoje estão no governo, disse que foram contra a privatização da Vale do Rio Doce, que hoje é “sucesso absoluto”. Sucesso para quem, cara pálida? Certamente para os acionistas da empresa e não para o povo brasileiro, já que mostrei no mesmo post  que em apenas três meses a Vale lucra mais do que o preço de banana por que foi vendida.
FHC louva a venda de nossa maior mineradora e uma das grandes empresas do mundo pelo fato de o governo estar recebendo dela “mais impostos do que jamais recebeu”. Como sempre, a visão tucana é monetária. Mesmo que se considere que política pública se faz com a arrecadação de impostos, uma empresa como a Vale ou a Petrobras também funciona estrategicamente para o país. Se fosse do governo, a Vale não compraria navios no exterior, como fez recentemente, no momento em que o país recupera sua indústria naval.
Aliás, tal recuperação só foi possível através das compras da Petrobras, que Lula determinou que fossem feitas majoritariamente no país, ao contrário de Fernando Henrique, que deixava a empresa funcionar voltada exclusivamente para seus lucros, ignorando a realidade brasileira. Durante os anos FHC, a Petrobras comprou todas as suas plataformas no exterior, deixando a indústria naval, forte geradora de empregos, à míngua.
FHC diz que os integrantes do atual governo também foram contra “o que fizemos com o petróleo, que deu no pré-sal, uma descoberta feita a partir de uma área em leilão público”. É preciso corrigir o ex-presidente, porque o vício da mentira parece ser contagioso nas hostes tucanas. O pré-sal foi uma descoberta da Petrobras, uma empresa que se manteve pública e pujante, provando que não existia contradição nisso. O governo de FHC e de Serra planejaram privatizar a Petrobras, como fizeram com a Vale, e tentaram rebatizá-la de Petrobrax para ficar com nome mais internacional e palatável aos futuros compradores.
É por isso que não adianta ficar colocando bonezinho com o nome das empresas públicas, como Geraldo Alckmin fez melancolicamente durante a campanha presidencial de 2006, porque a sanha privatista está no DNA tucano. E Serra é seu atual representante para tentar recuperar essa política de entrega dos bens públicos, interrompida há oito anos, com a primeira eleição de Lula, não por acaso dando início à maior fase de crescimento do país nos últimos tempos.
tijolaço.com

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