sexta-feira, 7 de maio de 2010

O movimento dos sem alma

Outro dia, falando sobre as novas mídias e o papel polêmico dos blogs na internet, disse que nós já tínhamos uma arma, uma pequena funda, para enfrentar os Golias da grande imprensa.

Não somos nós que vamos derrotá-los. Eles são grandes brucutus que impõem medo e terror a muitos dos que, mesmo sabendo do indisfarçado papel de instrumento da direita e do conservadorismo, acham que afagando o monstro ele lhes será cordato.
Mas, para isso, é preciso que tenhamos coragem e não nos acovardemos. Nem mesmo a covardia que encontra na sofisticação a forma de se camuflar e fingir que tudo é “boa técnica” jornalística.
Existe um evidente desequilíbrio nesta cobertura. O PSDB lança sites após sites de baixarias e calúnias. Nada acontece. Mas, quando se trata de Dilma, qualquer pequeno acontecimento vira escândalo, qualquer pequeno erro vira desastre.
Está evidente o que pretendem. Querem imobilizar a ação de Dilma na web. Querem que sua campanha se reduza ao “arrumadinho e falso”, como gostam os marqueteiros e onde Serra leva vantagem.  E leva porque é capaz de de fingir, de dissimular, como está fazendo com esta história de que apóia Lula e que, de tão bonzinho, só quer ampliar suas políticas.
Querem que Dilma perca sua natureza, sua espontaneidade e que simplesmente se apresente como “mais uma” da política e não uma pessoa que vem, essencialmente, das lutas sociais.
Por isso, precisam destruir a imensa mobilização que está se formando na rede. Precisam fazer com que a campanha na web seja “boazinha e bobinha”, que seja gerida por algum profissional bem vestido, alguém que leve Dilma para o “modo Duda de ser”.
Por isso, há tanta “onda” contra o que chamam de erros da campanha de Dilma. Os seus primeiros dias foram ótimos. Uma candidata solta, que respondia corajosamente às provocações e lançava definições fortes e expressivas sobre o que representa o PSDB-Demo ao dizer que eram os “viúvos do Brasil que crescia pouco” e o pessoal do Brasil “de roda presa”.
Uma candidata que, no primeiro movimento de qualquer campanha, de qualquer combate, que é encher de confiança e orgulho seu “exército”, saiu-se maravilhosamente bem. E deu um “chega pra lá” nos que achavam que ela era o “poste” sem personalidade que Lula iria arrastar penosamente.
A grande imprensa não prega prego sem estopa. Logo, vieram com críticas ao desempenho de Dilma, partidas de “fontes” anônimas e de alguns que, trêmulos, concordavam quando perguntados pelos “erros” da campanha, apressando-se em fazer conjecturas.
Segundo me contou um passarinho que andou voando em terras globais, vai se acirrar, por isso, a campanha contra o coordenador de web de Dilma, Marcelo Branco, que é um profissional fora do círculo das grandes agências de propaganda, com a publicação de matérias sobre sua condição de “estranho no ninho” dos marqueteiros. E também no dos jornalistas, que têm todo o direito de participar de campanhas, mas não o de fazê-lo como funcionários de jornais.
O passarinho contou-me que foi escalada uma repórter para andar no seu encalço. Como é uma profissional, não tenho porque acusá-la de coisa alguma, mas é uma pessoa que revela publicamente suas opiniões pessoais contra Lula e contra Dilma. Espero que não as misture com seu trabalho profissional e não tenho razões para explorá-las aqui, sendo assim.
Ao pessoal que toca a campanha de Dilma na internet, embora eu não seja autoridade no tema, creio que posso lembrar de algo que ouvi, várias vezes, o velho Brizola dizer a seus auxiliares, sabendo que só um lombo curtido de muitas batalhas com a mídia podia aguentar certas pauladas: guardem-se, não deixem que as luzes se acendam sobre vocês.
Abasteçam a rede com informação, com imagem, com videos, com aquilo de que precisamos nós, que tocamos quase heroicamente este combate, para seguir fustigando a parcialidade e a desinformação que querem impor à sociedade. Toquem o trabalho de agir junto às redes sociais. Concentrem-se na mobilização e lembrem-se de que, na pré-campanha, as disputas de espaço, os “cotovelaços”, os fogos “amigo” e inimigo serão pesados.
O Marcelo Branco, que é de origem gaúcha como a minha, deve saber de um dito lá das nossas bandas: “em tempo de guerra, boato é como terra”.
Deixem que a blogosfera pratique outro gauchismo: “é de lenha boa que sai faísca”
by: tijolaço

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