sábado, 6 de novembro de 2010

A religiosidade no Brasil, Dilma presidente, a direita e a esquerda

Paulo Cezar da Rosa, CartaCapital

"Recebi, em meu e-mail, uma carta crítica quanto à generalização que fiz de que a religiosidade é um terreno da direita. O debate é muito importante. Não há como se pensar a afirmação de uma nova hegemonia no Brasil sem repensar a religiosidade do povo, a sua incorporação no novo Brasil e no projeto de nação que estamos construindo.

O autor solicitou ser mantido em off, assim que publico apenas trechos:

“Olá, Paulo Cezar.

“Li com alegria o seu artigo “Eleição de Dilma é a maior vitória do lulismo no Brasil”… Apenas penso que você generalizou quando usou a expressão religiosidade para dizer que isso é terreno da direita.
“No Brasil a religiosidade é terreno da esquerda (graças a Deus). Se há alguns que se usam dela para o conservadorismo e a direita, há outras, e mais, que ajudaram muito no Lulismo, especialmente no resgate da cidadania dos mais pobres.

“Paulo Cezar, não entenda como crítica, mas apenas um complemento ao seu artigo.

“Um abraço.”

A manifestação tem origem em meu artigo anterior, de balanço das eleições. Lá escrevi: “Temendo ser invadida em seus espaços de atuação e apoio eleitoral (o que já vinha ocorrendo com os mais de 80% de aprovação de Lula), a direita se viu obrigada a, pela primeira vez, defender-se em seu próprio terreno. O terreno do preconceito. Do conservadorismo. Da “ética”. Da religiosidade e da hipocrisia na questão do aborto….”

A religião e a esquerda – De fato, a generalização feita não está correta. A religiosidade como um todo não é um terreno da direita. Há diversos e importantes setores religiosos, na Igreja Católica e em outras religiões, que se coadunam com princípios e preocupações de esquerda. Não tenho acompanhado as mudanças que vem ocorrendo na religiosidade do povo, mas correntes como a Teologia da Libertação e as Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica, por exemplo, foram fundamentais para a construção do Brasil que temos hoje. Tiveram papel decisivo nos primeiros passos do PT e dos movimentos sociais em todo o país.

Por outro lado, talvez porque eu tenha inflexionado num sentido, também não posso me colocar de acordo quando a carta diz “No Brasil a religiosidade é terreno da esquerda (graças a Deus).” Faltou, nesta correção, a afirmação de que a religiosidade TAMBÉM é terreno da esquerda no Brasil.”
Artigo Completo, ::Aqui::

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