terça-feira, 2 de novembro de 2010

O "golpe" pode vir do Rio

Os brasileiros acordaram nesta segunda-feira (1º) com uma mulher pela primeira vez eleita para ocupar o posto máximo do país, a Presidência da República. No entanto, parte da oposição ainda mostrava claramente que guarda rancor com a vitória de Dilma Rousseff (PT) nas urnas, com mais de 55 milhões de votos. E talvez a maior das expressões contrárias ao resultado das eleições vem do Rio.
Isso foi estampado já na capa do jornal O Globo desta segunda, com sua manchete “Lula elege Dilma e aliados já articulam sua volta em 2014”. Há ainda os comentários dos colunistas Miriam Leitão e Ricardo Noblat, em direções semelhantes.
Mas, fora daquele jornal, também está nos comentários do candidato derrotado ao Senado pelo Rio de Janeiro (RJ), César Maia (DEM). Em seu ex-blog, ele sugere, candidamente, que o resultado das urnas Isso é motivado pela vontade de continuidade "por parte do eleitor".
Daí, Maia escorrega para a sugestão de que a continuidade produz revolução e cita um exemplo da história política brasileira. Diz Maia:
“A República brasileira, após o governo de transição eleito indiretamente – Deodoro (da Fonseca), Floriano (Peixoto), elegeu diretamente e de forma sequencial três presidentes de SP: Prudente de Moraes, Campos Sales e Rodrigues Alves. Quando São Paulo insistiu no quarto presidente, o governador Bernardino de Campos, a reação veio, especialmente de Minas Gerais, e dela a escolha de Afonso Pena e o início do que se chamou 'política café (SP) com leite (MG)'. A insistência, na eleição de 30, em suceder um presidente de SP (Washington Luis), com o governador de SP (Julio Prestes), produziu a revolução.”
O "recado" serve de alerta a quem? Ao PSDB, que desde 1994 só lança candidatos à presidência radicados em São Paulo? A Aécio Neves, para que, de Minas, assuma a oposição a Dilma no Congresso? Ou a algum tipo de golpismo no Brasil, que acaba de eleger um representante do PT pela terceira vez consecutiva?

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