quinta-feira, 15 de julho de 2010

Mulher trabalha mais e ganha menos. Até quando?

Sempre que sai um estudo constatando que a mulher trabalha mais que o homem percebemos o quanto ainda precisa ser feito para, ao menos, diminuir esta desigualdade histórica.

 E não é só no Brasil, não. O estudo divulgado no começo desta semana pela Comissão Econômica para a América Latina (CEPAL) mostra que as mulheres ainda têm uma carga de trabalho maior que os homens na América Latina e no Caribe. No México, segundo o estudo, as mulheres dedicam 76 horas semanais ao trabalho contra 58 horas dos homens. Bem mais do que no nosso país.
Aqui, o estudo da CEPAL, publicado em O Globo , constatou que as mulheres dedicam 56,6 horas semanais ao trabalho total, incluindo os afazeres domésticos, enquanto os homens cumprem carga semanal de 52 horas.  O que mais me  chama a atenção é quando se compara o trabalho do casal dentro de casa. Quem de nós nunca ouviu uma dona de casa, que também trabalha fora, se queixar com frases assim, “isso não é vida”, ou “não tenho tempo pra mim.” Convenhamos, elas têm toda a razão.  Os números não mentem. A mulher se dedica 27 horas semanais só ao trabalho doméstico, contra dez horas dos homens. Ou seja, as chamadas tarefas do lar envolvem a mulher de duas a três vezes mais que os homens.
De casa para o trabalho fora. Também aí não há mudanças significativas. Numa visita que fiz a uma empresa no interior do estado, no ano passado,  ouvi de uma funcionária, “aqui há salários diferentes para quem exerce a mesma função”. Obviamente, ela se referia ao colega homem que devia ganhar mais do que ela, apesar do trabalho ser igual para os dois. Isso se chama discriminação. E o que mais entristece é que na maioria das vezes, a funcionária se cala com medo de ser mandada embora do emprego. Ruim nele, pior sem ele. Mas há também avanços a serem comemorados. Um deles é a ascensão da mulher em cargos de chefia, em postos de liderança dentro das empresas.
Em 2008, uma empresa de consultoria internacional, a Great Place to Work divulgou um estudo feito no Brasil e que envolvia as cem maiores empresas. Os postos de trabalho eram ocupados por 44% de mulheres, sendo que 32% dessas profissionais atuavam em cargos de chefia. Em 1997, dez anos antes, este índice era de 11 por cento. Não tomei conhecimento de um estudo mais recente, mas a tendência, creio, é de que os números, hoje, sejam ainda mais favoráveis ao sexo feminino.
Não sei o que os outros países da América Latina estão fazendo para diminuir as diferenças entre os homens e as mulheres tanto nas tarefas do lar como no mercado de trabalho. Mas sei quanto o governo brasileiro tem se empenhado para vencer mais este desafio. Cabe ao governo, e isso a candidata Dilma entende melhor do que ninguém, acelerar os projetos que amparam a mulher, como a construção e ampliação de creches e centros de saúde, licença maternidade estendida a todas as trabalhadoras, incentivos fiscais às empresas desde que haja maior flexibilidade de horários. Tenho total confiança na sensibilidade de Dilma para encontrar soluções que beneficiem ainda mais a mulher brasileira.
tijolaço.com

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