sábado, 17 de abril de 2010

O BRASIL PODE MAIS. VENDER MAIS


por Rodrigo Vianna, no Escrevinhador
Recebo, do leitor Giovani, uma foto que José Serra não gostará de ver exibida durante a campanha eleitoral: o então ministro do Planejamento (!) de FHC aparece durante o leilão de uma companhia elétrica, a ESCELSA.
A legenda, no canto à direita, informa: “a privatização do setor tinha, então, início oficial”. Isso foi em 1995.
A “privatização do setor” – os brasileiros não esquecem – conduziria o Brasil ao Apagão, no glorioso segundo mandato de FHC.
A foto – que está num livro sobre os 40 anos da Eletrosul – fazia parte do acervo da extinta Bolsa do Rio.
Com a imagem, o leitor Giovani enviou-me singela legenda:
“Ele ficou bonito na foto né?  Isso é característico nas pessoas que trabalham naquilo que gostam”

Maldade do Giovani…
Serra nem pode ser apresentado como o campeão das privatizações entre os tucanos. Havia gente com muito mais disposição para vender tudo – inclusive Banco do Brasil e Petrobrax (como eles diziam) , se tivessem tido a oportunidade.
Mas Serra fez parte daquele governo. Era ministro de FHC, segurou o martelo com gosto, e apareceu na foto.
A foto pegava bem naquela época, em que se dizia que o Estado era “o atraso”…. Época em que FHC prometia “enterrar a Era Vargas”.
Mas a foto pode assustar eleitores hoje, quando o Estado se mostrou fundamental para que  Brasil enfrentasse a crise de 2008.
Parte da base de apoio dos tucanos, especialmente na classe média, segue a acreditar que  “o Estado é atraso”. Serra terá que agradar essa gente, ao mesmo tempo em que precisa mostrar que não voltarão os tempos das privatizações a preço de banana, do desrespeito com o patrimônio público brasileiro.
Será uma campanha de malabarista. Pra isso, Serra já escalou Jabor pra defender a privatização da Infraero, enquanto ele - o candidato - diz que "veja bem, eu não quero privatizar, posso só conceder uns aeroportos por aí"
Talvez Serra pudesse produzir outra foto, colorida! É só consultar o Alckmin, que em 2006 posou de forma inesquecível para as lentes, a mostrar que não tinha nada de "privatista"...
 

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