segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Coluna do Rui Alves Grilo

FALANDO DE CUPINS

Quero me juntar à discussão sobre os cupins para informar que aqui em Ubatuba há várias construções na região da Almada nas quais se usou a baba de cupim para dar mais consistência à taipa de pilão. O processo tem sido desenvolvido e repassado a moradores dessa região pelos arquitetos Sergio Prado e Márcia Macul, que fazem parte da Ong Verdever, que também desenvolveram o Projeto Lixo Zero, Arquitetura Sustentável, Energia Renovável.

Quero também informar a todos, que o Bairro da Pedreira é bem mais antigo que a Ressaca e que o Carolina, e está na fila para ser atendido.
Será que o critério para o atendimento será a classe social, recebendo atendimento prioritário os de nível mais elevado? Enquanto isso, esperamos que nenhum caminhão de lixo tombe sobre as casas devido aos buracos. Mas qualquer um sabe que um buraco pequeno, pode se tornar uma grande cratera, com custos cada vez maiores. Ainda mais numa rua de grande declividade.

Segundo as declarações da Secretaria de Obras, no Imprensa Livre de 08/10/09, a Prefeitura não tem tomado nenhuma providência porque está esperando acabar o dilúvio que se abateu sobre Ubatuba desde 2005. Quando a pombinha anunciar o fim do dilúvio, a fila do atendimento começará a andar.

Talvez eles estejam esperando mais uma tragédia se abater para alguma coisa ser feita para acalmar a população indignada. Avisem a todos que, após a morte de uma criança, conseguimos a grande façanha da colocação de mais dois postes de luz. É bom lembrar que na época das eleições já havíamos conseguido a instalação de um bico de luz na saída da ponte.

Quero lembrar ao Julinho que a oposição não tem se calado, muito pelo contrário, principalmente no caso do lixo e da terceirização da merenda alertamos a todos sobre as conseqüências para a cidade. Logo depois das eleições, trouxemos uma representante da AMARRIBO – Amigos Associados de Ribeirão Bonito – que tem uma larga experiência no combate à corrupção e, na época ouvimos várias pessoas dizerem que não iam participar ou não tinham participado porque era uma ação do PT. Sabíamos de antemão que era necessário a articulação de todas as forças socioeconômicas e políticas para que a sociedade civil ganhasse forças para ser ouvida e para que o município fosse governado com transparência e metas claras a cumprir.

Aqueles que usam o cargo para se enriquecer e ajudar a “patota” sempre possuem dinheiro suficiente para pagar advogados para encontrarem brechas na lei. Temos visto também, alguns casos de omissão e de associação de membros dos três poderes para manterem a impunidade, prolongando os processos até que eles prescrevam e nada mais possa ser feito.

A estratégia usada pela Prefeitura para impedir o fortalecimento da sociedade civil é não atender as associações que tenham direções de oposição de maneira que aos olhos dos moradores pareça que a associação não faz nada para melhorar o bairro ou o município. Quando o mandado vence, sempre aparece outro candidato, algum funcionário ou alguma pessoa ligada ao grupo político que está no poder e que intercede para que alguma demanda seja atendida. O candidato ligado à Prefeitura se fortalece e ganha a eleição. Fica de “rabo preso” , controlando para que não haja críticas à atual administração. Infelizmente o povo demora a perceber esse jogo.

Aqui, na Pedreira, quando começou o processo de congelamento, a Prefeitura pediu auxílio à associação para evitar atitudes de hostilidade contra os funcionários. Depois, durante todo o nosso mandato, tivemos que arcar com o questionamento da população porque a Prefeitura não se dignou a retornar ao bairro para dar um retorno sobre o “avanço” das negociações. Pelo jeito, acaba-se o segundo mandato sem uma solução definitiva.

O loteamento da Pedreira foi vendido por um engenheiro que era funcionário da Prefeitura. Os lotes originais eram lotes grandes com mais de 300 m² e que permitiam manter áreas verdes. Depois, a própria Prefeitura assentou moradores que se encontravam em áreas de risco, destinando a eles lotes pequenos e próximos aos rios. Hoje, estamos pagando por essa ação da Prefeitura. Por isso, ela é que foi acionada pelo Ministério Público e não os moradores.

Rui Grilo – ragrilo@terra.com.br

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