domingo, 20 de novembro de 2011

FESTAS, PRESENTES... E GENTE!


Guido Viaro - Itália 1897 / Curitiba 1971
Tais Luso de Carvalho
 

Dizem, algumas línguas, que o melhor da festa é esperar por ela... Negativo: todos sabem que o melhor da festa é quando ela acaba, é falar dela. Eu nunca fui numa festa que não houvesse um tititi no dia seguinte, por telefone ou ao vivo. Isso é próprio dos humanos: fuçar, falar; e de preferência falar mal. Nas festinhas dos famosos o que há de pior vai direto para os espaços caríssimos da mídia. Mesmo porque, parece que os humanos precisam ver o semelhante meio falhado para sentirem-se por cima. Não estou dizendo nada novo. Saber da vida dos outros e poder comentar é um prato cheio neste planeta. E com a Internet, com os colunistas sociais, com a imprensa em geral, é farofa no ventilador....

 Sempre se terá alguma coisa destrutiva para falar das festas: da carne dura, do peixe mole, da galinha anêmica, do cabelo na salada, do whisky falsificado, da decoração da casa, do vestido, da gordura e o tanto que a fulana tá velha e quebrada. É assim.

 Gosto muito de uma citação de Mário Quintana: 


Não te abras com teu amigo
Que ele outro amigo tem.
E o amigo do teu amigo

Possui amigos também...
 

É assim o começo da fofocaiada; e das penas  ao vento! Sempre aparece uma amiga pra contar o que a outra amiga falou. É triste. O poeta sabia das coisas e dizia de uma maneira muito simples e direta.

 Para quem ofereceu a festa, para quem gastou um monte de dinheiro e ficou esbaforida, ouvir um  desmonte  desses, após organizar a festança, é pra nunca mais. Mas nós, mulheres, somos muito tolinhas pra certas coisas, não largamos os fricotes; temos de comemorar tudo, mesmo quando não estamos a fim. O homem é uma criatura mais prática: a maioria só faz o que quer e não tá nem aí pros frufrus. Bem que, por outro lado, cai em cada uma! Às vezes leva 4 horas pra descobrir que gato não é lebre.

 Por essas e outras eu me aposentei: tô aposentadinha de festinhas em minha casa. Dei para meus filhos tudo que era excesso em matéria de serviço de mesa. Meu marido e eu resolvemos fazer o mais prático: almoçamos diariamente fora e ficamos com a louça necessária para um número mais reduzido de pessoas. Ô coisa bem acertada.
 

Mas falando em festinhas, fiquei sabendo que anda por aí uma maneira nova de presentear noivos: o uso do cheque presente, esse horror que constrange e que nos coloca numa verdadeira saia justa. Quanto dar? Não faremos feio dando um valor  X ?

 Não gosto  de cheque presente, é descarado: é cheque na mão. O carinho da escolha e a atenção com a pessoa, sumiram. Ficou o prático, o vai lá e compra; não tô nem aí.

 A tradicional  lista de noivos era ótima: comprávamos o presente sugerido pelos noivos, mas dentro do nosso orçamento. E tudo bem. Mas, dinheiro?! Por favor...  

Colocar uma pessoa numa posição de constrangimento? Forçá-la, quem sabe, a dar o que não pode? Tá feita outra fofoca: é só embrulhar e soltar as penas, pois, inevitavelmente, seu cheque vai ser comparado. Não gostou do presente? É a vigésima bandeja? Puxa, que pena, mas é só trocar!

Porto das crônicas

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