Maluf: início na ditadura, fim na democracia (Foto: ABr)
Por falar em convidados, é quase certa a presença do vice-presidente Michel Temer, que deverá ir acompanhado de sua bela esposa, Marcela, e do governador Geraldo Alckmin, que certamente irá à festança com a primeira-dama paulista, a sempre chique dona Lu.
A noite promete. Maluf é daquelas pessoas que sabem como cativar os outros. Construiu a sua carreira política dessa maneira, se aproximando dos donos do poder desde cedo - é bom lembrar que o começo de tudo foi na época da ditadura militar. Subiu rapidamente - presidente da Caixa Econômica Federal, prefeito de São Paulo, secretário dos Transportes, governador, deputado federal...
Seu estilo, uma espécie de populismo conservador, caiu bem ao gosto dos paulistas. O "malufismo" marcou época e nem as dezenas de denúncias de malversação do dinheiro público e de superfaturamento de obras conseguiram abalar a sua popularidade. Seus eleitores se apropriaram do bordão de outro popular político paulista que o antecedeu, Adhemar de Barros: Maluf rouba, mas faz, diziam.
Sua decadência ocorreu na mesma proporção em que a democracia brasileira foi se consolidando. Maluf, definitivamente, não se deu bem com as mudanças. Sua imagem de político empreendedor e competente tocador de obras, migrou rapidamente para a de um homem público como tantos outros que sempre existiram por aí, preocupado apenas em aumentar a sua fortuna pessoal.
Hoje, ninguém duvida que o mandato legislativo é apenas um escudo contra os muitos processos a que responde na Justiça brasileira e internacional.
Sua festa de aniversário é emblemática: vai reunir o que de mais ultrapassado existe na política brasileira, num local frequentado por uma elite que se recusa a entender que o Brasil mudou e não admite mais a divisão entre Casa Grande e Senzala que durante muito tempo imperou por aqui.
A festa de sábado na Sala São Paulo pode vir a ser uma espécie de Baile da Ilha Fiscal paulistano, com a orquestra transformando o "Parabéns a Você" numa evocativa valsa, numa esquecida polca, numa melodia que lembrará aos ilustres convidados o tempo que se foi, o tempo que passou e - esperamos - não volta mais.
By: cRÔNICAS DO mOTTA
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