domingo, 28 de agosto de 2011

A crise externa e a inflação interna



Folha publicou artigo do Professor Paulo Picchetti sobre a influência dos preços das commodities – produtos primários ou semi elaborados de grande peso no comércio mundial – sobre a inflação brasileira.
Sob um título infeliz – “Alta das commodities impacta inflação” – o artigo demonstra como o comportamento destes preços guarda relação com os preços internos e impactou , com o processo de alta que teve desde a queda que sofreu com a crise de 2008, o desempenho dos preços internos brasileiros, pressionando-os para cima...

E agora, numa tendência com semelhanças – embora ainda não se possa dizer se de igual intensidade – a nova onda de crise deve cair fazer os preços das commodities, provocando o efeito inverso sobre a inflação interna.
O Professor Picchetti registra que um dos índices utilizados para medir a variação do preço das commodities, o Reuters-CCI, sofreu forte elevação, após cair 30,7% com a crise, em abril de 2009, deu dois saltos altíssimos: 29,7% a mais um ano depois e, de abril de 2010 para maio de 2011, mais outros  43,1%, somando 86% de alta em dois anos. Como – e você confere no gráfico – a tendência é de queda nos últimos dois meses, a tendência agora é de que a pressão sobre os preços internos seja negativa, com a ressalva de que esta absorção demora algum tempo para tornar-se significativa, até porque os contratos de importação-exportação não são de curtíssimo prazo.
O que diz o artigo, embora o título induza ao contrário, é portanto, que a queda do preço das commodities deve aliviar a pressão inflacionária no Brasil. O raciocínio consequente é, assim, de que uma das razões mais invocadas para manter o juro em patamares elevados, tende a desaparecer.
E que isso deixa espaço para, ao contrário da turma que defende a retração econômica, para que o Brasil acelere sua economia, internamente.
Como é necessário que o faça.
Por: Fernando Brito
projeto nacional

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