Em reação aos chineses, montadora adapta o compacto Lupo ao Brasil; lançamento seria em 2014, mas pode ocorrer antes.
O mercado brasileiro, que este ano deverá atingir 3,6 milhões de veículos, é hoje o segundo maior do mundo para a Volkswagen, perdendo apenas para a China.
Preocupada com o avanço dos importados chineses, a montadora decidiu vender no país um carro "superpopular", com faixa de preço de R$ 23 mil, o mesmo praticado pelo modelo mais barato trazido da China, o Q, da Chery. O Gol, o carro mais barato da Volks, custa hoje em torno de R$ 28 mil.
O modelo escolhido pelos alemães é o Lupo, um hatch lançado na Europa há pelo menos dez anos. A versão brasileira terá adaptações feitas por engenheiros dos cinco centros de desenvolvimento da Volks no mundo para adapta-lo às necessidades locais.
O principal executivo da área de responsabilidade social corporativa da montadora, Gerhard Praetorius, disse que cada país tem sua particularidade e isso tem que ser levado em conta na hora de projetar um novo automóvel. "Um carro que está em desenvolvimento para a China, será vendido somente na China, para os Estados Unidos, somente os americanos terão acesso. Temos componentes que são iguais para todos os carros, mas cada país tem anseios muito individuais. Por isso, estamos com essa estratégia e esperamos deter a liderança de mercado em 2018", disse.
Dentre as peculiaridades do Lupo brasileiro está o motor. Além de ser flex fuel, o propulsor que equipará o modelo deverá ser a nova geração que está sendo desenvolvida na fábrica de São Carlos, no interior de São Paulo. Será feito em alumínio, mais leve e com uma potência maior.
O Lupo brasileiro já está em testes na fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista. O que pode significar que o carro chegará bem mais cedo ao mercado brasileiro do que anunciou o presidente da subsidiária, Thomas Schmall. A previsão era que o modelo fosse lançado no Brasil em 2014.
A marca que está presente em 150 mercados tem 60 fábricas pelo mundo e comercializou no ano passado 7 milhões de automóveis. Com esse patamar, a Volks ultrapassou a americana General Motors e está bem perto da japonesa Toyota. No Brasil, a montadora também está na segunda posição no ranking de vendas de veículos perdendo para a Fiat Automóveis.
Em 2010, a VW vendeu 710 mil unidades e produziu 800 mil carros. Para este ano, a previsão é de crescimento de cerca de 5% e produção de 870 mil automóveis. "Com esse mercado no Brasil, a unidade brasileira vai passar a Alemanha em número de carros vendidos. É um país muito importante dentro do projeto de crescimento da marca."
Outra frente da Volks são novas tecnologias de emissões. Além do carro híbrido, a Volks está desenvolvendo o Golf puramente elétrico. O carro, que tem autonomia de 150 quilômetros, está em fase de testes para condições de tráfego pesado em grandes cidades.
Os primeiros modelos estão rodando em Berlim. Além de bateria, o modelo tem placas para energia solar instaladas para ajudar na operação do ar condicionado. "Acreditamos que em 2020 carros elétricos puros ou híbridos representarão entre 5% a 7% das vendas mundiais. Em 2030, haverá um crescimento desse segmento pois teremos uma nova geração de baterias", disse Praetorius.
Países como a França e China poderão ver nas ruas o Golf puramente elétrico. No Brasil, porém, o modelo elétrico está longe de ser visto. Para Praetorius, o país resolveu muito bem a questão da redução de emissões com o etanol
Brasil econômico
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