Nesse cenário, há sérios riscos de a reforma se transformar em um retrocesso, e não em um avanço nas questões centrais. Ontem a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, em votação do texto elaborado pela Comissão da Reforma Política constituída na Casa, rejeitou o voto em lista.
Aproveitemos a rejeição para retomar o debate
Esta decisão da CCJ-Senado enseja, mais uma vez, a retomada, com força, de uma reflexão sobre as questões que cercam o novo modelo político-partidário e eleitoral para o Brasil. Queremos valorizar a figura do candidato ou os programas dos partidos? Como aproximar o eleitor do partido e do processo eleitoral?
O voto em lista possibilita esta valorização dos programas partidários e leva os eleitores a fortalecer os partidos. Já a manutenção do atual sistema de votação proporcional só mantém o predomínio do poder econômico nas eleições.
A rejeição desse ponto da reforma pela CCJ, decididamente não é o que interessa a sociedade. O voto em lista é a melhor forma de combater o poder dos grandes grupos econômicos que financiam campanhas.
Com voto em lista, eleitor vota em ideias
Ao estabelecer que o eleitor vote no partido, estimula-se que cada legenda apresente com mais clareza e detalhes seu programa e propostas, permitindo ao cidadão uma escolha mais próxima do campo das ideias do que do campo da simpatia por nomes.
A reforma foi idealizada e deflagrada para trazer ao país avanços como o fortalecimento da fidelidade partidária, o financiamento público de campanha e voto proporcional e obrigatório, independentemente se será em lista ou distrital misto. Esse deve ser o norte das transformações. Ao PT, cabe a grande responsabilidade de reconduzir esse debate aos trilhos que interessam à sociedade.
blog do Zé, via opensante
Nenhum comentário:
Postar um comentário