Não é raro que alguns religiosos, sedentos por encontrar autoridades científicas que compartilhem de suas opiniões religiosas, representem mal a opinião de figuras famosas das ciências. Não é raro que Einstein, que disse que a ideia de um deus pessoal é pueril, seja falsamente retratado como teísta fervoroso. O mesmo ocorre com Darwin.
Cita-se a autobiografia de Charles Darwin como uma evidência desta suposta crença, porém, ressalvas devem ser feitas quanto a este livro. A primeira delas é que, obviamente, havia pressão social vitoriana contra qualquer manifestação por parte dele que fosse contra o status quo, a mesma pressão que em parte explica a demora do naturalista para publicar suas ideias. A outra ressalva à autobiografia é bem conhecida e é dita na biografia de Darwin escrita por Desmond e Moore ("Darwin - A vida de um evolucionista atormentado"): Henrietta, filha de Darwin, censurou extensamente da autobiografia qualquer sinal de divergência com o pensamento vitoriano.
O que dizem três sociólogos (John Bellamy Foster, Brett Clark e Richard York) num livro publicado em 2008, que põe uma pedra na questão tanto quanto é possível, pois trata de um evento do ano anterior à morte de Darwin, é isto:
"Em 28 de setembro de 1881, Darwin recebeu um grupo de livres-pensadores para jantar em sua casa, Down. Edward Aveling (...) e o proeminente materialista científico alemão Ludwig Büchner estavam entre os comensais. Na discussão que se seguiu, Darwin admitiu que ele havia abandonado completamente o cristianismo com 40 anos de idade, mas que era agnóstico quanto à existência de Deus. (...)
Enquanto Darwin se focou no mundo material e nas leis fixas da natureza, reconheceu que a "história falsa do mundo" presente no Antigo Testamento e outros livros sagrados não poderia ser confiada. Ele rejeitou a revelação divina e sustentava que era irracional acreditar em milagres. Em sua Autobiografia, comentou: "Eu gradualmente vim a desacreditar no Cristianismo como uma revelação divina." Ele achava que faltava evidência para as escrituras, e finalmente "a descrença se instalou em mim numa taxa muito lenta, mas estava por fim completa. A taxa foi tão lenta que não senti nenhuma aflição, e não duvidei nem por um único segundo de que minha conclusão estava certa.""
Critique of Intelligent Design - Materialism versus Creationism from Antiquity to the present. Monthly Review Press, 2008. Páginas 125 e 126.
Fonte: Blog Tetrapharmakos In Vitro
Cita-se a autobiografia de Charles Darwin como uma evidência desta suposta crença, porém, ressalvas devem ser feitas quanto a este livro. A primeira delas é que, obviamente, havia pressão social vitoriana contra qualquer manifestação por parte dele que fosse contra o status quo, a mesma pressão que em parte explica a demora do naturalista para publicar suas ideias. A outra ressalva à autobiografia é bem conhecida e é dita na biografia de Darwin escrita por Desmond e Moore ("Darwin - A vida de um evolucionista atormentado"): Henrietta, filha de Darwin, censurou extensamente da autobiografia qualquer sinal de divergência com o pensamento vitoriano.
O que dizem três sociólogos (John Bellamy Foster, Brett Clark e Richard York) num livro publicado em 2008, que põe uma pedra na questão tanto quanto é possível, pois trata de um evento do ano anterior à morte de Darwin, é isto:
"Em 28 de setembro de 1881, Darwin recebeu um grupo de livres-pensadores para jantar em sua casa, Down. Edward Aveling (...) e o proeminente materialista científico alemão Ludwig Büchner estavam entre os comensais. Na discussão que se seguiu, Darwin admitiu que ele havia abandonado completamente o cristianismo com 40 anos de idade, mas que era agnóstico quanto à existência de Deus. (...)
Enquanto Darwin se focou no mundo material e nas leis fixas da natureza, reconheceu que a "história falsa do mundo" presente no Antigo Testamento e outros livros sagrados não poderia ser confiada. Ele rejeitou a revelação divina e sustentava que era irracional acreditar em milagres. Em sua Autobiografia, comentou: "Eu gradualmente vim a desacreditar no Cristianismo como uma revelação divina." Ele achava que faltava evidência para as escrituras, e finalmente "a descrença se instalou em mim numa taxa muito lenta, mas estava por fim completa. A taxa foi tão lenta que não senti nenhuma aflição, e não duvidei nem por um único segundo de que minha conclusão estava certa.""
Critique of Intelligent Design - Materialism versus Creationism from Antiquity to the present. Monthly Review Press, 2008. Páginas 125 e 126.
Fonte: Blog Tetrapharmakos In Vitro
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