quinta-feira, 10 de junho de 2010

Decisão do Conselho da Segurança da ONU sobre Irã foi um equívoco, diz Lula

Yara Aquino, Agência Brasil

“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou como um “equívoco” a decisão” tomada hoje (9) pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) de impor sanções ao Irã. Para Lula, a decisão foi tomada por “birra” e joga fora a oportunidade de negociação com o Irã aberta por Brasil e Turquia.


“Em vez chamarem o Irã para a mesa [de negociação], eles resolveram, na minha opinião pessoal, apenas por birra, manter a sanção. Acho que foi um equívoco a tomada de decisão. Às vezes, me dá a impressão daquele pai duro que é obrigado a dar umas palmadas no filho, mesmo que ele não mereça. Acho que o Conselho de Segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano”, disse, depois de participar de evento em Natal (RN).

Segundo Lula, o Brasil e a Turquia, ao assinarem um acordo com o Irã sobre o enriquecimento de urânio, deram aos outros países a oportunidade de negociar e eles provaram que não queriam negociar. Mais uma vez, o presidente defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, afirmando que a instância não representa mais a realidade política do mundo. Segundo ele, a decisão tomada hoje de impor sanções ao Irã enfraquece o conselho.

O presidente afirmou ter conversado por telefone, pela manhã, com o primeiro-ministro da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. Ambos fecharam a posição de votar contra as sanções na reunião do conselho. “Espero que o companheiro Ahmadinejad [Mahmoud Ahmadinejad, presidente do Irã] continue tranquilo”, completou Lula.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou no final da manhã de hoje um novo pacote de sanções contra o Irã. Dos 15 países que compõem o órgão, 12 votaram favoravelmente. Apenas o Brasil e a Turquia foram contrários e o Líbano se absteve.

Para a maioria dos integrantes do conselho, o programa nuclear iraniano é uma ameaça por esconder a produção de armas atômicas e não seguir as orientações da Agência Internacional de Energia Atômica (Aiea).”

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