terça-feira, 9 de agosto de 2011

A crescente espetacularização da violência nos meios de comunicação (telejornalismo)





Jornalismo, agenda positiva

Carlos Alberto Di Franco
O Estado de S. Paulo
08/08/201

Impressiona o crescente espaço destinado à violência nos meios de comunicação, sobretudo no telejornalismo. Catástrofes, tragédias e agressões, recorrentes como chuvas de verão, compõem uma pauta sombria e perturbadora.

A violência, por óbvio, não é uma invenção da mídia. Mas sua espetacularização é um efeito colateral que deve ser evitado. Não se trata de sonegar informação. Mas é preciso contextualizá-la. O excesso de violência na mídia pode gerar fatalismo e uma perigosa resignação. Não há o que fazer, imaginam inúmeros leitores, ouvintes, telespectadores e internautas.... 
Acabamos, todos, paralisados sob o impacto de uma violência que se afirma como algo irrefreável e invencível. Assiste-se aos arrastões nas avenidas, praças e marginais como parte do cotidiano das cidades sem segurança. Não pode ser assim. Podemos todos - jornalistas, formadores de opinião, estudantes, cidadãos, enfim - dar pequenos passos rumo à cidadania e à paz.

Os que estamos do lado de cá, os jornalistas, carregamos nossas idiossincrasias. Sobressai, entre elas, certa tendência ao catastrofismo. O rabo abana o cachorro. O mote, frequentemente usado para justificar o alarmismo de certas matérias, denota, no fundo, a nossa incapacidade para informar em tempos de certa normalidade. Mas mesmo em épocas de crise (e estamos vivendo uma importante crise de segurança pública) é preciso não aumentar desnecessariamente a temperatura. O jornalismo de qualidade reclama um especial cuidado no uso dos adjetivos. Caso contrário, a crise real pode ser amplificada pelos megafones do sensacionalismo. À gravidade da situação, inegável e evidente, acrescenta-se uma dose de espetáculo. O resultado final é a potencialização da crise. Alguns setores da mídia têm feito, de fato, uma opção pelo negativismo. O problema não está no noticiário da violência, mas na miopia, na obsessão pelos aspectos sombrios da realidade. É cômodo e relativamente fácil provocar emoções. Informar com profundidade é outra conversa. Exige trabalho, competência e talento.

Leia o texto completo no Estado de São Paulo Online clicando aqui.
Via clipping FNDC.
filosomídia

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