terça-feira, 18 de janeiro de 2011

WIKILEAKS: DESNUDANDO O PARAÍSO


O ex-banqueiro Rudolf  Elmer entregou hoje a Julian Assange, em Londres, dois disquetes com dados de 2.000 pessoas (físicas e jurídicas) detentoras de contas secretas no banco (suíço) Julius Baer, que detém ativos de US$ 42 bilhões, posição em 2009.

Elmer foi auditor do banco Julius Baer e dirigiu, até 2002, a filial das Ilhas Cayman.

Dados a destacar:

.Graças ao sigilo, a Suíça administra mais de US$ 3 trilhões em contas secretas.

.Em maio de 2009, o ex-banqueiro declarou à revista IstoÉdinheiro que poderia "colaborar com governos de vários países num esforço para rastrear e repatriar recursos não declarados". Alemanha, Bélgica e EUA se embasaram em dados fornecidos por ele para adotar algumas medidas pontuais no combate a crimes de lavagem de dinheiro.

.Segundo Elmer, passaram pelo Julius Baer recursos de políticos, empresários e advogados brasileiros. Dos clientes notórios da América Latina, ele destaca a família do ex-presidente do México, Carlos Salinas.

. “O sistema financeiro suíço é parte de um esquema de corrupção sistêmica”, diz ele, que estaria ultimando um livro sobre o tema, chamado Um paraíso para alguns não é paraíso para ninguém.

.Dados do banco Julius Baer já apareceram no Wikileaks. Incomodados, os diretores do banco em Zurique entraram com uma ação judicial para tentar fechar o Wikileaks. Perderam, e a decisão de um juiz da Califórnia, tomada em março de 2009, foi considerada um marco na defesa da liberdade de informação: “Já não é mais possível ocultar a verdade”.

.Estima-se que em duas semanas Julian Assange concluirá a checagem dos dados constantes dos disquetes, para então - se for o caso - repassá-los às autoridades competentes (não da Suíça, claro).

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