terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Ocupação intensa do território não pode continuar, afirma urbanista

Felipe Corazza, Carta Capita

“Enquanto a imprensa e a população procuram culpados para as tragédias das enchentes no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Minas Gerais, a ocupação e a impermeabilização do solo segue criando as condições ideais para que os desastres se repitam.

Para o arquiteto e urbanista Nabil Bonduki, a questão da ocupação é o centro da discussão sobre as enchentes e deslizamentos de terra. “A ocupação do solo tem seus limites. Há processos, principalmente onde há uma cobertura vegetal pequena com base de rocha. Com o tempo, ocorre um descolamento dessa parte superficial”. Esse, no entanto, é apenas um dos problemas.

A busca por mais espaço, especificamente com a especulação imobiliária intensa, gera pressão para que novas áreas sejam impermeabilizadas e ocupadas. O impacto disso vai além do que normalmente é visto. A ocupação vai “criando uma ilha de calor violentíssima na região, tendo como consequência o aumento das tempestades. Com isso, vem outro problema: áreas que antes eram viáveis para ocupação começam a não ser mais”, esclarece Bonduki.

Isso pode explicar, em parte, por que construções que estavam em áreas antes seguras da região serrana do Rio de Janeiro foram devastadas pelas tempestades. “Às vezes, aparentemente, não há risco de deslizamento da construção, mas você pode ter um deslizamento da camada sobre a qual ela está. Esse processo de ocupação tão intensa do território não pode continuar”.
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