A crise econômica mundial está mais presente no noticiário da imprensa, nas análises de um sem número de "especialistas" e na torcida da turma do contra do que na própria sociedade brasileira, que tem se comportado como se nada de ruim estivesse na iminência de afetar seu dia a dia ou as suas aspirações de uma vida melhor....
Essa é a conclusão a que se chega ao tomar conhecimento do Índice de Expectativas das Famílias referente a agosto, estudo feito mensalmente pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o Ipea.
Segundo ele, as famílias brasileiras mantiveram, no mês passado, o otimismo com o comportamento socioeconômico nacional, seja para o período de um ano, seja para o período mais extenso, que atinge cinco anos. O indicador apurado apresentou um nível superior ao de julho, com 65,2 pontos - a escala de pontuação de expectativas das famílias compreende a seguinte dimensão no indicador: grande pessimismo, de 0 a 20 pontos; pessimismo de 20 a 40 pontos; moderação, de 40 a 60 pontos; otimismo, de 60 a 80 pontos; e grande otimismo, de 80 a 100 pontos.
Além disso, os dados revelam que a situação atual continua sendo percebida como melhor na comparação com a do ano anterior. Essa é uma das razões do otimismo revelado pelo IEF. Como nos meses anteriores, as informações coletadas reafirmam que não são as categorias de menor renda ou instrução as mais otimistas. Os números mais otimistas estão na faixa de renda entre 4 e 5 salários mínimos e instrução superior incompleta.
Outro elemento importante diz respeito à expectativa para consumir. As respostas mantiveram que o momento é tido como bom, com número considerável a afirmar ser este o melhor momento para a aquisição de bens duráveis. Isso explica, em parte, os índices de elevação do consumo e aponta para a sustentabilidade do impulso de crescimento da economia no curto prazo.
Os dados confirmam as informações dos meses anteriores: apesar das elevadas taxas de juros ao consumidor cobradas no Brasil há muitos anos, o risco de alta taxa de inadimplência permanece moderado. De acordo com a percepção das famílias, aproximadamente 73% acreditam estar pouco endividadas ou não possuir dívidas e quase 93% dizem que não possuem a intenção de contrair financiamentos ou empréstimos nos próximos meses. Um indicador preocupante é que, dentre aqueles com contas atrasadas, quase 38% acreditam que não conseguirão saldar seus compromissos.
Com relação ao mercado de trabalho, o cenário permanece positivo, com expectativa otimista pela manutenção da ocupação por parte do responsável pelo domicílio e dos outros membros que trabalham. O sentimento de segurança na ocupação atinge cerca de 80% dos chefes de família. Alem disso, 42% das famílias população esperam melhorias no trabalho do responsável pelos domicílios nos próximos seis meses. O IEF é uma pesquisa realizada em 3.810 domicílios, em mais de 200 municípios, abrangendo todas as unidades da federação. Utiliza o método de amostragem probabilística de modo a garantir uma margem de erro de 5%, com um nível de significância de 95% para o Brasil e para as cinco grandes regiões.
Crônicas do Motta
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