sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

O PMDB e a primeira crise do governo


Luciano Martins Costa, Observatório da Imprensa

“Abertamente ou de forma velada, os jornais desta quarta-feira [5/1] informam que o PMDB tenta chantagear a presidente da República para aumentar sua participação no governo. Mas o partido do senador José Sarney não busca maiores responsabilidades ou mais protagonismo nos cargos estratégicos que definem as políticas públicas. Segundo a imprensa, o que deseja a agremiação é controlar algumas das grandes verbas do orçamento nacional.

Dito assim, parece que a política é apenas a oportunidade de privatizar algum dinheiro na administração de verbas públicas. Mas não pode ser apenas isso, ou a República já teria desmoronado há muito tempo.

Berço do velho "centrão", cujos representantes se celebrizaram, justamente no governo do ex-presidente José Sarney, pela máxima segundo a qual "é dando que se recebe", o PMDB e o veterano senador maranhense fazem o possível para que a opinião pública os veja como representantes do pior que pode haver na política.

Alguns jornais consideram que o atual impasse na composição do segundo escalão do governo já configura uma crise. "Primeira crise interna", diz o Globo na primeira página, informando que o PMDB usa a medida provisória que define o valor do salário mínimo como arma para pressionar a presidente. O governo, através do ministro da Fazenda, Guido Mantega, estabelece o limite: qualquer valor acima de R$ 540 será vetado.

Em nome do interesse dos trabalhadores, a proposta peemedebista de aumentar o índice de reajuste do salário mínimo esbarra em estudos da área econômica do governo anterior e em acordos feitos com organizações sindicais, de recuperação do valor do salário conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor e a variação do Produto Interno Bruto nos dois anos anteriores. No entanto, durante os dois mandatos de Lula da Silva, ocorreu quase todos os anos uma pequena variação, sempre para cima, contrariando as orientações da área econômica.

Neste ano, a queda de braço promete ser mais dura: afinal, a presidente Dilma Rousseff assumiu tendo como uma de suas principais bandeiras o controle das contas públicas. A imprensa tem defendido essa posição em editoriais, mas não perde a oportunidade de ver o circo pegar fogo.”
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