sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O salário dos políticos

A partir da criação deste blog, seu signatário passou a receber sugestões e convites para entrar na política. Sobretudo de uns dois anos para cá. Todavia, nunca aceitou. Por uma razão muito simples: é um mau negócio, a menos que você pretenda se corromper caso seja eleito – e quem entra em um partido político é porque tem a expectativa de se eleger.
Vejam o caso do blogueiro. Como atua no comércio exterior, sem qualquer relação com dinheiro público, exclusivamente no setor fabril privado, se fosse eleito deputado, senador etc., evidentemente teria que interromper a atividade que lhe permitiu sobreviver durante toda a vida, que lhe pagou o estudo dos filhos, enfim, a atividade que é o seu ganha-pão.
Daí você se elege para um mandato de quatro anos. Com começo, meio e fim. Se for honesto e não se vender em troca de adequar suas decisões aos interesses de grupos, se não participar de negociatas com dinheiro público que lhe rendam muito dinheiro, passados os quatro anos, caso não seja reeleito, estará em uma situação bastante delicada, pois terá que voltar ao setor privado e, assim, é óbvio que terá dificuldades.
Um mandato eletivo, portanto, deve remunerar suficientemente o eleito para o caso de não se reeleger e ter que voltar à atividade profissional que interrompeu para servir ao interesse público, de forma que possa fazer uma poupança que lhe permita recomeçar a vida com tranqüilidade quando deixar o cargo público.
Ora, é óbvio que um político detentor de mandato eletivo passa a ter um orçamento doméstico e pessoal maior, pois seu padrão de vida sobe até pela importância do cargo, situação que não se coaduna com a necessidade de poupar para que não morra de fome se ao fim do mandato de quatro anos não for reeleito. E até para ter como bancar a própria campanha eleitoral seguinte sem recorrer a dinheiro de origem duvidosa.
A mídia defende baixos salários para políticos porque, assim, os mandatos eletivos ficarão para os ricos, pois só sendo rico alguém pode investir uma fortuna em uma campanha eleitoral e ainda passar quatro anos sem exercer uma atividade profissional para se dedicar só a questões de interesse público.
Os baixos salários oficiais dos políticos acabam se tornando “razão” para que alguns caiam na tentação de se resguardarem contra a possibilidade de não conseguirem se reeleger, para que não voltem à planície do setor privado tendo que recomeçar a vida do zero.
Desta maneira, ao receber tais convites  ou sugestões para entrar em partido político e disputar mandato eletivo o blogueiro preferiu a opção de se manter fora do noticiário policial, sobrevivendo e preparando a própria aposentadoria sem que dinheiro público entre na equação, porque, sendo honesto, no Brasil não vale a pena se eleger para algum cargo público.
blog da cidadania

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