quinta-feira, 11 de março de 2010

Vacine-se contra os "surtos" midiáticos de gripe suína

por Conceição Lemes*

O Ministério da Saúde informa: até 21 de maio, o Brasil deverá vacinar pelo menos 80% das 91 milhões de pessoas que devem ser imunizadas contra influenza A, ou gripe A (H1N1), mais conhecida como gripe suína.

São grupos prioritários: trabalhadores da área de saúde, indígenas, grávidas em qualquer período de gestação, crianças, adolescentes e adultos com obesidade grau 3 (antigamente chamada obesidade mórbida), pessoas com doenças crônicas, crianças de seis meses a menos de dois anos, idosos (com mais de 60 anos) portadores de doenças crônicas e adultos saudáveis de 20 a 39 anos.

Grupos prioritários são aqueles que têm maior risco de desenvolver formas graves da doença e de morrer. A prioridade dos trabalhadores de saúde é porque deles dependem todas as estratégias de combate da segunda onda de pandemia da gripe suína.
Adicionalmente, o Viomundo recomenda mais uma “vacina”: é contra eventuais “surtos” de má fé e/ou de desinformação de parte da mídia, a exemplo do ocorreu em 2009. Indicamos aos 197 milhões de brasileiros, pois “os surtos midiáticos” também podem causar danos à saúde, eventualmente até matar.

CRIME CONTRA A SAÚDE PUBLICA BRASILEIRA
Em 24 de abril de 2009, foi manchete no mundo inteiro: a Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta sobre a ocorrência de um novo tipo de gripe, causada por uma variante do vírus da influenza suína A H1N1. Testes laboratoriais haviam confirmado casos da infecção em seres humanos nos Estados Unidos e no México.

Em 11 de junho, a OMS declarou pandemia de gripe suína. O vírus A H1N1 já circulava na Europa, Austrália, América do Norte, Central e do Sul. No Brasil, dos 52 casos confirmados até então, 75% tinham sido adquiridos fora do país.
Em vez de informar a população, parte da mídia brasileira passou a disseminar o pânico. Em 19 de julho, reportagem da Folha de S. Paulo dizia que a gripe suína poderia atingir entre 35 milhões e 67 milhões de brasileiros ao longo das cinco a oito semanas seguintes.

Matéria totalmente furada e irresponsável. Um crime contra a saúde pública brasileira com o objetivo político de atingir o governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva em benefício do governador José Serra, de São Paulo, candidato da Folha para presidente em 2010.

Em agosto, alguns “especialistas” e outros desinformados e/ou mal-intencionados reforçaram o terrorismo midiático, disseminando-o nos jornais, nas revistas Época e IstoÉ, nos noticiários de rádios e TV. Exigiram, inclusive via Justiça, que o Ministério da Saúde fornecesse o antiviral Tamiflu (oseltamivir é o nome da droga) a todas as pessoas com sintomas gripais. Um absurdo.
Curiosamente, no início de setembro de 2009, a Roche, fabricante do Tamiflu, único medicamento disponível no Brasil contra a gripe suína até então, patrocinou a ida de quatro jornalistas brasileiros a uma conferência na Basiléia, Suíça, onde fica a sua sede.

 David Reddy, líder da força-tarefa da multinacional farmacêutica contra a pandemia da gripe A, coube a atualização científica sobre o antiviral. Entre os dados apresentados, estes sobre a eficácia do Tamiflu na gripe sazonal, comum.

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