sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Por que a torcida do Grêmio vaiou o goleiro negro Aranha?





Quando praticamente um estádio inteiro, majoritariamente branco, vaia um jogador negro, como devemos chamar isso?
Quando parte de uma torcida, impedida de praticar injúria racial, insulta um negro chamando-o de “veado”, como rotular isso?
O goleiro Aranha, dos Santos, foi chamado de macaco há pouco de 20 dias na Arena do Grêmio.
Revoltou-se. Registrou queixa contra a atitude racista dos que o ofenderam.
O Grêmio acabou excluído da competição, a Copa do Brasil.
Essa exclusão será julgada em recurso nos próximos dias.
Grêmio e Santos enfrentaram-se novamente ontem.
O goleiro foi estrondosamente vaiado. Por quê?
Por ter denunciado uma prática abjeta rotineira?
Não deveria ter sido aplaudido?
Vaiá-lo não significa fazê-lo passar de vítima a vilão? Não significa dizer que ele errou?
Não significa relativizar o que aconteceu com um bordão do tipo “fala sério, Aranha”?
A vaia da grande maioria da torcida presente na Arenas é agravante. Uma forma astuciosa de desculpar os agressores.
Aranha percebeu e, em entrevista, botou os pingos nos is.
Estamos muito longe ainda de aprender a lição.
Aranha é o nosso Martin Luther King.
Ou nossa Rosa Parks,  a americana que se recusou a ceder o lugar no ônibus de Montgomery para uma branca e desencandeou a revolta, lidera por Martin Luther Ling, que acabou com essa discriminação e fomentou a luta contra o racismo nos EUA.
http://www.correiodopovo.com.br/blogs/juremirmachado/?p=6414

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