quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Os argumentos da direita são sempre os mesmos







Desde o velho oeste, onde o roteiro é sempre o mesmo, a direita no Brasil também não se renova e seus argumentos são sempre iguais. Lendo o terceiro volume da biografia de Getúlio Vargas, escrita por Lira Neto , nos damos conta que a história se repete e , como nos ensinou Karl Marx, esta segunda versão será certamente uma farsa.
Em 1954, quando o governo de Vargas chegava seu final, assim como hoje o de Dilma está terminando, o cenário era muito parecido ao de hoje. De um lado estava um governo progressista, com forte apelo nacionalista e de outro, os partidos da direita (na época basicamente a UDN), a grande mídia (na época, o indefectível O Globo e a cadeia dos Diários Associados de Assis Chateaubriand) e os militares golpistas.
Por trás do cenário, cuidando dos seus interesses, o governo dos Estados Unidos.
O papel do grande acusador do governo era exercido com brilho por Carlos Lacerda, que dominava como ninguém o uso da televisão (ainda no seu inicio) e os jornais para espalhar suas calúnias.  Hoje, esse papel se dilui entre dois figurantes muito mais medíocres, mas mesmo assim incansáveis no esforço de tentar desestabilizar o governo do PT, Aécio Neves e Marina Silva.
Os personagens mudaram, mas a justificativa para atacar o governo é a mesma: as denúncias de uma improvável conivência do governo com práticas de corrupção.
Em 1954, por trás das denúncias de Lacerda e da UDN, estava o inconformismo dos partidos de direita e da grande mídia, representantes do interesses  imperialistas no Brasil, com a política nacionalista de Vargas, que criara a Petrobras, lançara a Eletrobrás e criara leis contra a espoliação econômica do Brasil pelo capital internacional.
Não é por acaso que a Petrobrás e a exploração do pré-sal sejam novamente os pomos da discórdia, pondo de um lado os defensores da nossa estatal e de outro, aqueles que manipulando informações sobre possíveis procedimentos incorretos da funcionários da empresa, tentam criar um clima de terra arrasada para justificar seus interesses escusos.
Quem procurar, vai achar o dedo dos Estados Unidos novamente. Ou alguém ainda é ingênuo bastante para acreditar que o pré-sal é do agrado do Tio Sam?
Em 1954, os golpistas foram derrotados pela união do povo brasileiro, depois da grande comoção que foi o suicídio de Vargas e tiveram que esperar 10 anos para ter novamente condições de dar um golpe de estado e lançar uma ditadura que infelicitou o Brasil por 20 anos.
Hoje, a situação é diferente. O povo está mais unido em torno de um partido que representa a idéia nacional de independência e desenvolvimento; as forças armadas, desacreditadas pelo fracasso da experiência de 64, não parecem dispostas a intervir na vida política nacional, só restando os velhos políticos (ainda que muitos se apresentem uma nova cara, como foram Jânio Quadro e Collor de Melo) a serviço das causas anti-nacionais e a grande mídia, sempre disposta a sonhar com a volta de um passado enterrado com a eleição de Lula.
Em outubro, o povo brasileiro, como fez em 54, dará uma resposta a estes políticos e seus patrocinadores que não se conformam com este novo Brasil.
(A propósito da biografia em três volumes de Vargas: vale ler, desde que o leitor não espere algo que ultrapasse o mero registro histórico dos acontecimentos ligados à vida de Vargas, até porque Lira Neto está longe de ser um Isaac Deutscher e o seu trabalho sobre Getúlio fica a léguas da profundidade da biografia de Trotski.)
http://imagempolitica.com.br/site/os-argumentos-da-direita-sao-sempre-os-mesmos/

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