sábado, 20 de abril de 2013

Geleia geral política: Eduardo Campos, MD e as eleições de 2014


Roberto Freire, deputado federal pelo finado PPS, entusiasmado cabo eleitoral de Campos e que tenta atrair Serra e Christovam Buarque para o palanque do governador de Pernambuco.  Sua nova legenda, o MD, nasce prestando grande serviço ao país: o fim do uso indevido do termo "socialista" em sua última legenda
A Câmara Federal aprovou uma lei que desestimula parlamentares a trocar de partido para a criação de legendas de ocasião eleitoral.

Apesar de alguns políticos terem reclamado do posicionamento da maioria, a aprovação de uma regra que torne a infidelidade partidária um movimento político que não se configure em vantagem para oportunismos às vésperas das eleições e fortaleça as instituições, é positiva.

A Democracia necessita de instituições fortes e sólidas, os partidos políticos não podem ser meros instrumentos de luta eleitoral e serem criados ou fundidos para beneficiar "A" ou "B", aproveitando-se de anomalias que permitem, por exemplo, que parlamentares ao migrarem façam crescer a participação do fundo partidário ou o tempo de TV.

Valem-se desse vale tudo aqueles que pretendem tirar vantagem de legislações falhas e colocar a frente de interesses coletivos, seus projetos pessoais.

Partidos podem e devem ser criados, à medida da demanda da sociedade e de seus grupos organizados, mas devem obedecer regras claras e razoáveis. Como está é que não deve continuar, nem como linha que auxilie o governo, ou como manobras de adversários com olhos aguçados no pleito de 2014.

Uma reforma política-eleitoral deve fortalecer partidos, punir a infidelidade partidária e estabelecer o financiamento público de campanhas, no mínimo.

Mas o assanhamento da velha oposição e de novos opositores, faz parecer à opinião pública que a política é jogada de maneira desorganizada e que o embaralhamento de nomes, novos partidos e neo oposicionistas é parte da cena de geleia geral criada para confundir, não para esclarecer.

Pois bem, quem ouve ou lê as recentes declarações do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, neto de Miguel Arraes, histórico personagem da esquerda brasileira, confundido por esta desorientação maquiavélica, não seria capaz de lembrar que Campos era, até o último carnaval, defensor e aliado do governo Dilma.

O governador pernambucano percorre estados para encontrar-se com oferecidos aliados, da direita, para pavimentar sua campanha presidencial.

São figuras do quilate de Roberto Freire, José Serra e Jarbas Vasconcellos.

Campos chegou a afirmar que nasceu perseguido pela direita e vê o mesmo voltar a ocorrer: “eu nasci fugindo com minha mãe da ditadura de direita. Agora estão fazendo igual. Não tem limites”.

Mas ultimamente o neto de Arraes tem se encontrado com figuras políticas que estavam do outro lado da batalha ideológica durante a ditadura militar e perseguiram sua família...

A barafunda política brasileira atinge em cheio o partido do personagem do momento, eleito pela mídia como novo candidato capaz de derrotar Dilma, Lula e o PT.

Os irmãos Cid e Ciro Gomes, colegas de partido, foram taxativos sobre o mandatário de Pernambuco:
“Quem defende elevação de taxa de juro é banqueiro. Ele está encantado pela direita”, disse Cid Gomes à Folha de São Paulo.
“[Campos] é zero de ideia.”faz um discurso também reacionário quando vai conversar com empresários reacionários de São Paulo”. “Vamos disputar com a Dilma pela direita?”, afirmou Ciro Gomes, também na Folha de São Paulo

Pois é, justamente, sobre isso que tem se empregado Campos: pedir juros mais altos e fazer encontros furtivos, pela direita.  De uma hora para outra, virou estrela da mídia, que já o absolveu pelo seu engajamento nas campanhas e governos de lula e Dilma.

Esta geleia geral política não é para ser degustada neste momento, mas seu preparo é dosado para ficar pronta na porta das eleições presidenciais de 2014. Desvirtuar pessoas e estabelecer regras partidárias e eleitorais lenientes com o oportunismo e o descompromisso programático e coletivo das instituições, são alguns dos ingredientes lançados nesta receita indigesta.

Em tempo: o lançamento do novo partido controlado pelo deputado federal de São Paulo, Roberto Freire, o Mobilização Democrática, síntese do atual rebuliço que vigora na política brasileira, criado para atrair políticos de outras agremiações, como Christovam Buarque (PDT), José Serra (PSDB), Pedro Taques (PDT) e até Randolfe Rodrigues (PSOL) e para apoiar Eduardo Campos, ao menos servirá para acabar, de uma vez por todas, com uma falcatrua de Freire: sua nova legenda não terá no nome o termo "Socialista", utilizado indevidamente no finado PPS...

Em tempo 2: O surgimento do MD para fim tão específico pode significar a falência, lenta e gradual, da candidatura de Aécio Neves e do PSDB, afinal Roberto Freire se mostrava um entusiasta de uma chapa encabeçada pelo neto de Tancredo Neves, assim como portava-se como fiel seguidor do socialismo, e até chegou-se a cogitar a fusão de PSDB, DEM e PPS...
palavrasdiversas

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