domingo, 14 de abril de 2013

DESLIGUE A TV E NÃO COMPRE TOMATE




O que você faria se fosse banqueiro e tivesse em suas mãos (por controle acionário ou por simples "amizade") o mando de alguns dos maiores meios de comunicação da América Latina?

Será que você seria isento e bonzinho ou alguma hora você lançaria mão de seu poder de causar pânicopra ajustar a economia a padrões que fariam seu lucro aumentar ainda mais?

A escalada no preço do tomate nada significaria macroeconomicamente para o Brasil, se não fosse a ânsia desmedida de lucro dos bancos e da pressão para o governo aumentar a taxa Selic. Ocorre que se essa gente consegue instalar no país um clima de inflação galopante, o BC é obrigado a subir os juros. Quem ganha? Não é você, pobre cidadão que só vê seu dinheiro escoar do bolso a cada dia.

O tomate é a Coréia do Norte do capitalismo sem-vergonha instalado no país. E veja bem, caro leitor, aqui não se está criticando o capitalismo em sí, que pouco tem a ver com o que está acontecendo. Tem a ver com falta de regras e falta de punição e comando. Tem a ver com selvageria onde um grupo faz o que quer e com isso quebra o resto ou boa parte da cadeia produtiva nacional.

Como na eterna guerra contra o comunismo, islamismo e outros ismos, o tomate é a Coréia do Norte. Se fosse deixada pra lá, nada traria de consequência. Mas ao contrário, a utilizam como desculpa para manobras militares, intervenções, venda de armas e recrudescimento de financiamentos e empréstimos aos países periféricos. O povo como sempre, apavorado, cai como um patinho.

Que  fique claro. Não são os bancos que estão fazendo o preço do tomate subir. Estão apenas se utilizando desse evento para transformar tudo num auê onde só quem ganha são eles. O resto do país e da economia como um todo, perde com o aumento dos juros. Os bancos nadarão de braçada.

Segundo o falecido Lauro Campos, catedrático e estudioso da economia e do Direito, o capitalismo depende tanto da inflação (pequena) quanto do crédito. Sem consumo, não existe capitslismo. Baixar os juros e estimular o barateamento dos produtos, ao contrário do que dizem nossos "pensadores" libelês, nada tem a ver com comunismo ou socialismo. Tem a ver com o mais puro capitalismo. É deixar a economia crescer sem que um setor engula todos os outros por sua sede de dinheiro. Quem já leu John Maynard Keynes sabe do que estou falando. Não estou citando Marx, e sim um dos "inventores" do capitalismo contemporâneo.

Mas como disse Hugo Chávez em sua passagem pela última edição do Fórum Social Mundial em Porto Alegre, em 2004, o Brasil não é a Venezuela, nem é Cuba. Não tem 20 ou 10 milhões de pessoas. O governo não consegue, sem descambar pra ditadura, enquadrar alguns setores evidentemente golpistas e desinteressados, com a mesma facilidade que ele ou Fidel, fizeram. Palavras de Chávez.

Significando dizer que o Governo acaba sendo refém, queira ou não, de alguns setores poderosos.

Minha sugestão aos patinhos brasileiros nos quais eu me enquadro. Desliguem a TV e não comprem tomate.

Nenhum comentário:

Postar um comentário