terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Privataria x mensalão - algumas comparações


A privataria não é novidade nem para o tucano-branco-rico-leitor de Veja - em 2001 a revista já havia colocado na capa acima sobre as propinas que estavam rolando durante as privatizações.
O mensalão, como disse Mino Carta, "ainda está por se provar". Lula disse que tudo não passou de uma "tentativa de golpe". E a Polícia Federal que concluiu que não houve o que se chama de mensalão no governo Lula. Acontece que um tal de Marcos Valério, publicitário, negociava com o governos federais desde FHC, e costumava "cobrar caro" por alguns serviços, daí escorria dinheiro em algum lugar. Contudo, os mensalões do PSDB (1998, em Minas Gerais) e o do DEM (2009, no Distrito Federal) tem provas incontestes.

A privataria durante o governo FHC foi discutida por algumas publicações impressas - e só.
O mensalão esteve na TV por meses, causando um estrago gigante no governo Lula, mas não impedindo sua reeleição em 2006.


A privataria foi assunto esquecido com o tempo e agora volta à tona com o livro de Amaury Jr., com provas irrefutáveis dentre os documentos publicados no livro.
O mensalão carece de provas e foi negado tempos depois em que a poeira abaixou pelo mesmo denunciante, o ex-deputado Roberto Jefferson.

O PT tem conhecimento da corrupção no governo PSDB, mas quando assumiu em 2003, em acordo com os tucanos, resolveu tocar o barco - o que passou é passado. Tanto é que quando o escândalo do suposto mensalão ganhou os jornais, PSDB e PT entraram em acordo novamente - o PSDB tinha a faca e o queijo na mão, podia ter conclamado a mídia, a OAB e a sociedade branca para um impeachment, mas o PT falou "olha, nós não mexemos em nada do governo FHC, então deixa o Lula pelo menos terminar o governo, para o país não entrar em caos". Acordo aceito, o mensalão se esvaziou, Lula esperto recuperou-se e ganhou de Alckmin em 2006.
Com as privatizações, grandes empresas de comunicação, como o grupo Folha e Abril, se beneficiaram das privatizações, pois compraram fácil partes das empresas de telefonia leiloadas.
Com o governo Lula, as grandes grupos da mídia perderam grandes quantias de verba com publicidade vendida para o governo, pois Lula deixou de fazer propaganda só com 50 para comprar publicidade em mais de 500 veículos de comunicação. O bolo foi dividido.

A privataria mexe com doutores brancos de olhos claros que odeiam pobres, ou seja, gente diferenciada assim como os poderosos da grande mídia. Dessa forma, não vão falar mal dos irmãos.
O mensalão fala de gente do PT, partido do qual a grande mídia tenta derrubar desde 2003.


A privataria foi denunciada devido às práticas obscuras envolvendos os leilões de empresas públicas grandiosas, como a Vale, avaliada em 100 bilhões de reais conforme parecer de uma empresa contratada para tal. FHC não aceitou e a Vale foi reavaliada em 10 bi, mas acabou vendida por 3 bi, o mesmo valor que ela lucra hoje em apenas um semestre. No livro há diversas denúncias de dinheiro enviado a paraísos fiscais beneficiando José Serra e FHC.
O mensalão é uma variante da palavra "mensalidade", usada para se referir a uma suposta "mesada" paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo. Contudo, seria inocência de qualquer governo federal, que controla orçamento da União, dar dinheiro em troca de votos no Congresso. Diversos outros acordos podem ser costurados entre as partes. No Congresso, foram cassados Roberto Jefferson, por ter aberto o bico, e José Dirceu, como resposta à "sociedade".

O livro "A privataria tucana" vendeu 15 mil unidades em um dia, 30 mil na semana seguinte e dos 85 mil que sairão da semana que vem, 70 mil estão reservados. O livro é escondido pela velha mídia, com exceção da TV Record, que promove seu jornalista e faz o que ela mais gosta de fazer: mostrar o que a Globo não tem coragem de mostrar. "A privataria deve render uma CPI semana que vem, promovida pelo Deputado Protógenes Queiroz, do PC do B, mesmo sem o apoio do PT. O livro consta na lista dos mais vendidos, mesmo nas listas da Veja e da Folha, sendo que o jornal a vende em sua livraria (amigos, amigos, negócios à parte).
O livro "O chefe" (tentativa de incriminar Lula sobre o mensalão) não foi impresso, pois nenhuma editora se animou ao trabalho; consta para baixar na internet. O livro de Reinaldo Azevedo, colunista da revista Veja, já tem mais de 3 anos e não chegou nem perto de vender 15 mil. Pra ilustrar, o livro de Palmério Dória sobre Sarney vendeu 120 mil unidades em 2 anos.


A grande coincidência nos dois casos é a figura de Daniel Dantas, dono do Banco Opportunity, que negociava diretamente com Marcos Valério, tanto na era das privatizações, quando adquiriu empresas de telefonia, quanto durante a alimentação do valerioduto até 2005. Outro fato interessante é que este blog acha que as privatizações darão em pizza, pois rico jamais é condenado neste País. Pode sobrar apenas o ostracismo político para Serra, onde ele já está. Já o mensalão caminha para a prescrição ou, mais provável, arquivamento por falta de provas.

No as árvores são fáceis de achar

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