sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

NunKassab


O prefeito de São Paulo Gilberto Kassab (DEM),lancará em breve um novo partido que se chamará PDB (Partido Democrático Brasileiro). O prefeito está agora recolhendo as 490.305 mil assinaturas para obter registro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Kassab deixará o DEM até 30 de março, depois, patrocinará a sua fusão ao PSB.A articulação foi fechada com o governador Eduardo Campos (PE) e o presidente do PSB-SP, Márcio França -secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin.
O vice governador vice-governador Guilherme Afif Domingos, que vai acompanhar o prefeito.Kassab estimou levar para o novo partido não só filiados ao DEM. Além de Afif, o vice-governador da Bahia, Otto Alencar, do PP, também deve seguir o novo projeto.
Aos caciques do PSB, Kassab estimou em 20 o número de deputados federais que devem estar com ele -oito de São Paulo. As adesões devem vir de siglas como PTB, PP, PR e até PSDB.
Num primeiro momento, a nova sigla e o PSB devem formar uma Frente Nacional - união apenas simbólica. No Congresso, atuarão como um bloco partidário, juntamente com o PC do B e o PTB. Só mais à frente haverá a fusão ou a incorporação da nova legenda pelo PSB.
Indefinição de Kassab abre crise na bancada municipal do PSDB em SP
Dono da maior bancada da Câmara Municipal, com 13 vereadores, o PSDB paulistano é o maior prejudicado pela indefinição do futuro partidário do prefeito Gilberto Kassab (DEM). Os tucanos são base de sustentação de seu governo na capital paulista e são mais próximos do prefeito do que do governador Geraldo Alckmin (PSDB). É por receio da debandada nas bases municipais do partido que os caciques tucanos trabalham nos bastidores pela permanência do prefeito no DEM.
Há duas semanas, Kassab participou de um jantar com os ex-governadores José Serra e Alberto Goldman, além do atual governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. No encontro, foram desenhados alguns cenários para convencer o prefeito a não migrar de legenda. Em uma das hipóteses, Serra seria candidato à prefeitura em 2012, enquanto Alckmin concorreria à Presidência e Kassab ao governo do Estado em 2014. Outra possibilidade aventada seria o governador tentar a reeleição e o prefeito, o Senado.
O problema nos dois casos seria persuadir Serra, que resiste à ideia de disputar as eleições municipais, pois não descarta a possibilidade de tentar pela terceira vez a Presidência da República em 2014. Vice de Alckmin, Guilherme Afif Domingos (DEM) representa outro empecilho para um acordo na medida em que se coloca como candidato natural à sucessão do tucano. Desta forma, esbarraria com as pretensões do prefeito, que tem como principal objetivo o governo de São Paulo.
Na visão de um líder tucano próximo dos dois principais líderes do PSDB paulista, a saída de Kassab do DEM seria um desastre para o PSDB. Comprometeria Serra por ser seu afilhado político e atrapalharia os planos de Alckmin. Foi esse o menu do jantar que os reuniu ao prefeito.
A aproximação da base municipal tucana com Kassab cresceu durante as eleições de 2008, quando o prefeito e Alckmin se enfrentaram. Na ocasião, 11 dos 12 vereadores do PSDB declararam apoio à reeleição do prefeito. O único parlamentar que permaneceu ao lado do tucano foi Tião Farias, que continua na Casa ao substituir Mara Gabrilli (PSDB), eleita deputada federal em outubro. Nessa legislatura, o governador ainda tem como aliado o vereador Floriano Pesaro, líder da bancada na Casa, e José Rolim (PSDB), que entrou no lugar de Gabriel Chalita (PSB), também eleito à Câmara dos Deputados.
Um tucano ligado a Alckmin aposta que apenas quatro vereadores do PSDB deverão acompanhar o movimento de Kassab. Os dissidentes seriam Ricardo Teixeira, Adolfo Quintas, Claudinho e Gilberto Natalini. Os parlamentares, por sua vez, contestam a informação. Quintas disse que está envolvido nas discussões sobre renovação do partido e por isso teve a iniciativa de colocar seu nome na disputa pelo diretório municipal do PSDB. A eleição está programada para ocorrer em abril.
Natalini afirmou que não deixa a sigla por razões históricas. Alega ter sido um dos primeiros a preencher a ficha de filiação. Já Claudinho ficou em cima do muro. Admitiu a proximidade com Kassab e a dependência do Poder Executivo para honrar com suas emendas. Mesmo assim, ressaltou que tem uma relação antiga com o PSDB, sendo reconhecido por seus eleitores por se filiado à sigla. Teixeira não retornou à reportagem até o fechamento da edição.
A intenção de Alckmin de dar as cartas na eleição do diretório municipal do PSDB pode azedar ainda mais a sua relação com a bancada na Câmara Municipal e engrossar a debandada. Com vistas às eleições de 2012, Alckmin articula para emplacar o secretário estadual de Gestão Pública, Julio Semeghini, na presidência do diretório, contrariando os vereadores, que fazem questão de indicar um nome para o cargo.
Para o vereador Juscelino Gadelha (PSDB), ao insistir nessa ideia, Alckmin mostra que ainda acredita ter sido "traído" na disputa municipal. "Kassab, que foi eleito e reeleito com as teses do PSDB, cumpriu com todos os acordos da bancada. Ele assumiu no lugar de Serra. Era natural que nós o apoiássemos. Já o Geraldo [Alckmin] não comunicou a ninguém que seria candidato. Apenas anunciou", recorda Gadelha. Segundo ele, se o governador ignorar a demanda da bancada na eleição do diretório municipal, os únicos vereadores que sobrarão no partido serão Pesaro, Tião Farias e Rolim.
"Se o Geraldo acha que não há confiança, não tem sentido ficar no PSDB. Isso mostra que a bancada não é bem-vinda", afirmou Gadelha, que não teme o risco de perder o mandato por infidelidade partidária. "Se há incompatibilidades, essa hipótese não pode ser cogitada", explicou. Outro vereador tucano, que prefere o anonimato, não poupa críticas a Alckmin, a quem acusa de desprezar os vereadores do PSDB por conta de mágoas de 2008. Em off, outros dois parlamentares paulistanos não descartam a possibilidade de seguir os passos do prefeito.
Com o objetivo de reduzir as insatisfações, Alckmin se reuniu com os vereadores na terça-feira. Ouviu as reivindicações e as considerou legítimas. Apesar disso, não foram apresentados nomes para a presidência do diretório municipal. "Essa discussão nesse momento enfraquece o processo político", avaliou Pesaro, escolhido para a liderança do PSDB na Câmara por conta do perfil conciliador. O líder terá como uma de suas principais missões conter eventuais descontentamentos que possam dividir novamente o partido nas eleições municipais.
Fernando Taquari | Valor

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