sábado, 28 de agosto de 2010

Mais um tropeço Tucano e talvez a pá na candidatura Serra



Post publicado no Blog do Josias de Souza na Folha de São Paulo



Bisbilhotice da Receita em Mauá alcançou 140 CPFs
Subiu de quatro para 140 o número de contribuintes que tiveram os dados fiscais devassados no escritório da Receita Federal de Mauá (SP).

Deve-se a informação ao repórter Roberto Maltchik. A notícia produzida por ele foi às páginas do Globo, edição desta sexta (27).

Descobriu-se, em essência, o seguinte:



1. Nem só de tucanos é feita a lista de contribuintes submetidos à bisbilhotagem. Inclui personalidades, empresários, políticos e pessoas alheias à política.

2. A máquina utilizada na devassa é a da analista tributária Adeildda Ferreira Leão dos Santos, lotada em Mauá.

3. Entre os 140 CPFs perscrutados, pelo menos sete operações foram feitas sem motivação. As demais encontram-se sob análise da Corregedoria da Receita.

4. Incluem-se no rol dos acessos imotivados os nomes dos quatro personagens ligados ao PSDB e ao presidenciável tucano José Serra.

5. São eles: Eduardo Jorge, Ricardo Sérgio, Luiz Carlos Mendonça de Barros e Gregório Marin Preciado.

6. Os outros três contribuintes varejados sem justificativa plasível são:

Gilmar Argenta, filiado ao PCdoB; a mulher dele, Carla Argenta; e Amauri Baragatti, um ex-integrante dos quadros do PSDB.

7. Um suplente da senadora Marisa Serrano (MS), 1ª vice-presidente do PSDB, também teve os dados fiscais xeretados.

Chama-se Antonio Russo Netto. Pecuarista, ele não opera em Mauá nem nos arredores. Ouvido, declarou-se perplexo:

“Não tenho negócios no ABC. Minha declaração foi feita em São Paulo. Sinceramente, não vejo motivos para que meu nome esteja nesta lista”.

8. Além de Ricardo Sérgio, ex-diretor do BB na era FHC e ex-coletor de arcas de campanhas de Serra, foi alcançado pela devassa um ex-sócio dele.

Trata-se de Ronaldo de Souza. Curiosamente, já morreu. Era sócio de Ricardo Sérgio numa empresa chamada Antares Participações.

9. A partir do terminal de Adeildda, imprimiram-se as declarações de Imposto de Renda de quatro membros da família Klein.

Eis os nomes: Samuel Klein, fundador das Casas Bahia; Michael Klein, presidente da companhia; Maria Alice Klein, mulher dele; Raphael Klein, neto do patriarca Samuel.

Minuciosa, a bisbilhotagem estendeu-se até os dados de uma ex-mulher de Michael Klein: Jeanete Roizman.

10. Apalpou-se também o Imposto de Renda de 2009 da apresentadora Ana Maria Braga, da TV Globo.

11. Além de Adeildda, encontram-se sob investigação outras duas analistas do fisco: Antônia Aparecida Rodrigues dos Santos Neves Silva e Ana Maria Caroto Cano.

12. Ouvidas pela Corregedoria, a trinca negou participação nas violações.

13. As primeiras incursões inusitadas feitas em Mauá ocorreram entre agosto e dezembro do ano passado.

Nessa época, alvejaram-se os dados de empresários, políticos, desportistas e artistas de várias regiões do país, distantes do ABC paulista –do Piauí a Santa Catarina.

A encrenca resultou num pedido de investigação feito por PSDB, DEM e PPS à Procuradoria-Geral da República. A oposição deve mover ação também no TSE.

José Serra responsabilizou o comitê de Dilma Rousseff pelo malfeito. Disse que a rival deve explicações ao país.

Em reação, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, anunciou que o partido moverá duas ações contra Serra. Uma por injúria e difamação. Outra por danos morais.

Além da Corregedoria do fisco, participa da investigação a PF. Sob a alegação de que o processo corre em segredo, os órgãos se negaram a comentar o caso.

Serviço: Aqui, a notícia do repórter Roberto Maltchik, reproduzida em clipping. Traz no rodapé os nomes dos 140 contribuintes bisbilhotados a partir de Mauá.

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