sábado, 15 de agosto de 2015

A pirâmide da dominação imperialista

Prestem bem atenção neste gráfico, inspirado na imagem da nota de 1 dólar, e compreendam como funciona a dominação no sistema capitalista-imperialista. Esse são os princípios da religião do “deus-mercado”, representado pelo “Olho da Providência”, que é uma apropriação indevida de um simbolismo egípcio, da mesma forma que Hitler fez com a suástica que é um símbolo hindu.


Os Sete Degraus da Pirâmide

1) No topo da Pirâmide está a oligarquia financeira internacional, que são algumas poucas famílias que controlam a emissão e o valor de praticamente todo dinheiro do planeta que se lastreia pelo dólar, o qual ao se transformar em capital multiplica-se indefinidamente para retornar a elas mesmas, ainda mais valorizado.

2) Esta oligarquia financeira tem o controle sobre o Banco de Compensações Internacionais com sede em Basileia (Suíça), que dá a garantia de crédito aos bancos em todo o mundo em nome da “estabilidade monetária”, do controle inflacionário e de outros mitos defendidos como uma “religião do deus-mercado”, formulados pelas grandes universidades estadunidenses e difundidos mundo afora nos manuais de economia.

3) A serviço deles estão o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial, que controlam os sistemas financeiros nacionais através do endividamento externo e interno, e de seu receituário recessivo que submetem nações inteiras a crises sistêmicas, como a que passou a América Latina nas décadas de 1980/1990 e a que agora passam os países da periferia europeia como a Grécia; a dívida é a forma de garantir um vínculo de dependência permanente, de modo que quando a situação torne-se insustentável o país seja obrigado a ceder tudo o que possuir de mais valioso para renegociar sua posição.

4) Os bancos centrais nacionais são “independentes” ou “autônomos”, o que significa que eles não têm controle político, mas sim controle financeiro através da banca internacional. Destes, o FED (Banco Central dos EUA) tem uma posição fundamental no centro da pirâmide, pois desde 1971, o dólar não tem lastro em ouro e pode ser emitido infinitamente de acordo com a estratégia dessa oligarquia. Assim, eles podem fabricar um ciclo de prosperidade ou uma crise, a depender do que interesse mais no momento. Com crescimento ou recessão, eles sempre ganham, pois nos momentos expansão eles aumentam seus lucros e nos de crise conseguem concentrar mais capital comprando aqueles que quebram e se endividam.

5) Para garantir tal domínio, seus tentáculos se estendem aos grandes bancos, que através das taxas de juros, do controle do câmbio e dos impostos garantem o comprometimento primário das receitas públicas (o famoso superávit primário). Eles exigem propriedades como garantia de empréstimos e financiamentos, de modo queos bens ficam hipotecados, tornando-se propriedades do banco caso algum fator impeça o pagamento em dia das parcelas e amortizações.

6) Detentores dos capitais, esses bancos tornam-se acionistas majoritários das grandes empresas e corporações transnacionais e multinacionais, que submetem ou se associam aos congêneres nacionais, procurando prioritariamente controlar setores estratégicos como recursos naturais, infra-estrutura, energia, alimentos, saúde, educação e principalmente a mídia, que dá a sustentação ideológica ao sistema. É inocência acreditar que existe concorrência no mundo contemporâneo, pois as grandes marcas são controladas em geral pelos mesmos cartéis, monopólios, oligopólios e holdings.

7) Tais companhias financiam as campanhas de candidatos em todos os países onde existe financiamento privado para as eleições. Os eleitos passam a atender apenas a tais interesses, submetendo o Estado e a sociedade a esse projeto. Se discordarem, não se reelegem porque não tem recursos para a campanha.

Assim, a democracia passa a ser apenas um espetáculo midiático, com uma indústria das eleições que se alimenta de campanhas bilionárias.

O que sustenta a Pirâmide?

1) Na base da pirâmide está o povo de todas as raças, culturas, crenças e ideias. Estão, portanto, os camponeses, trabalhadores da cidade, pequenos e médios empresários, profissionais liberais e autônomos que geram as riquezas para alimentar o topo. Estão todos os animais a serviço de hábitos alimentares historicamente determinados, as espécies ameaçadas pela expansão da agropecuária, bem como a natureza em todos os seus aspectos (água, minério, florestas, e mesmo o espaço sideral).

2) Quem mantêm econômica, ideológica, financeira e militarmente o sistema é o governo dos EUA, em coalizão com a União Europeia, Israel, países do Golfo, da OTAN e países aliados por vontade própria ou por coação. A ONU e os órgãos multilaterais são dominados por eles, porém, encontram resistência de países como os BRICS, da CELAC e outros emergentes.

3) Mas o que realmente garante a dominação do sistema é o hard e o soft power:

3.1) O soft power é o controle ideológico e da informação através da mídia e da internet. São os filmes de Hollywood que veem carregados de mensagens políticas. São as músicas promovidas pela indústria cultural que substituem as culturas de raís. São os conhecimentos técnicos e científicos que são disseminados inviesados. São os meios de comunicação hegemônicos que são alimentados pelo dinheiro do sistema. Também são os mecanismos modernos de tecnologia da informação pelo qual se desenvolve o controle absoluto de tudo o que se passa com cada indivíduo. Cada mensagem publicada, e-mail enviado, conversa por Skype, MSN ou Facebook é guardada, vigiada e documentada pelos serviços de inteligência dos EUA. Todos os aparelhos celulares são rastreados, e programas de espionagem estão inseridos em sistemas operacionais de código fechado como o Microsoft Windows e o OS/X da Apple.

3.2) O hard power é a guerra e os conflitos, que têm a OTAN como instituição que executa imperativos como:

a) invasões como as do Iraque e da Líbia para se obter o controle do petróleo e na Síria para se controlar rotas de gasodutos e oledutos;

b) a guerra “eterna” de Israel contra a Palestina para promover um “choque de civilizações” e alimentar o ódio entre “ocidente” e “o resto”;

c) a guerra do Afeganistão para se obter o controle geopolítico da Ásia central (ao norte a Rússia, a sudeste a Índia, a oeste o Irã e a leste a China).

Vale observar que o domínio espacial dos satélites garante o hard e o soft power.

4) Entendendo a lógica do sistema, consegue-se observar que toda a produção no mundo serve para sustentar um verme parasitário, que é o sistema capitalista como um todo, no qual algumas dezenas de famílias absorvem a riqueza produzida por todos os 7 bilhões de habitantes do mundo. Outras, milhares intermediárias beneficiam-se de parte dessas riquezas e por isto tornam-se árduas defensoras do sistema, não percebendo que servem apenas para perpetuar o modelo em que um maior contingente se vê explorado e excluído, usufruindo-se de míseras migalhas.Portanto, em todo o mundo a luta para reverter esse quadro será uma conjugação de esforços nacionais e internacionais, troca de informações e unidade nas ações. Como inverter a lógica da Pirâmide?

O princípio fundamental é o surgimento de novos valores na base da pirâmide, que se baseiem na paz, na solidariedade e na cooperação, com todos os povos aceitando-se e convivendo-se na diversidade, de forma harmônica e sustentável com o meio-ambiente e a biodiversidade, e procurando elevar os padrões de vida da sociedade e a garantia das liberdades religiosas e individuais. Assim, cada estrutura da pirâmide deverá ser reestruturada:

5) É necessário que haja uma verdadeira democratização do sistema político, sendo para isto eleitos aqueles que estejam ligados a causas anti-imperialistas, democráticas e populares, sem vínculos com o capital financeiro. Aqueles que se comprometem com esquemas de privatizações ou com projetos que beneficiem o banca financeira não podem ser eleitos em quaisquer instâncias. Por isto deve-se exigir o fim do financiamento empresarial das campanhas.

6) Isto será conquistado com uma mídia independente, a internet livre, e a democratização dos meios de comunicação. O controle público sobre as corporações será determinante, e os interesses empresariais devem ser submetidos à vontade pública. Se necessário, deve-se estatizar empresas estratégicas ou aquelas dominadas pelo capital financeiro internacional, garantido a efetividade no exercício de sua missão pública.

7) Todo apoio deve ser dado a cooperativas de crédito. Bancos públicos devem reduzir drasticamente o custo do crédito e estimular iniciativas alternativas de emissão de moedas, focadas na cooperação e no desenvolvimento social e ambiental, sem exigências draconianas.

8) Os Bancos Centrais precisam ser controlados e administrados de acordo com a necessidade do país, o bem-estar do povo e o desenvolvimento nacional. Seus membros devem ser eleitos e não podem possuir vínculos com a oligarquia financeira internacional, que é quem atualmente os controla.

9) O FMI e o Banco Mundial devem perder suas autoridades, sendo minados por dentro e por fora. Em seus lugares, devem emergir iniciativas de bancos regionais e nacionais, com foco no desenvolvimento e na integração solidária. Exemplos como o Banco do Sul, o Banco do BRICS e o Banco da Ásia devem ser estimulados, bem como outros tipos de arranjos contingencias de reserva.

10) O Banco de Compensações Internacionais perderá o seu poder quando o dólar deixar de ser a única moeda de reserva internacional. É preciso criar uma alternativa ao Swift.

Para isto é necessário uma nova arquitetura do sistema financeiro internacional, que imploda os tratados de Basileia, a ordem econômica pós-Bretton Woods e do pós-Guerra Fria.

Compreender o topo do sistema financeiro é o centro da questão. Para isto, vale destacar que o imperialismo uma etapa histórica do capitalismo que tem como subproduto o capital financeiro, que é a fusão do capital bancário com o industrial.

A manipulação midiática, as guerras fabricadas, a fome e a miséria no mundo apenas sustentam essa máquina. Não se pode ignorar que é nos EUA onde está o centro do poder mundial. Porém, esse grupo que tomou de assalto o Estado, o governo, o congresso e as instituições estadunidenses, não pode ser confundido com o povo deste país. A defesa da paz, da democratização da comunicação, da transparência dos processos políticos, a socialização dos meios de produção e o controle público do sistema financeiro devem ser os esforços conjugados de todos os povos para a construção de uma Nova Era para a humanidade.

Prof. Thomas de Toledo
No Ligia Deslandes
via: http://www.contextolivre.com.br/2015/08/a-piramide-da-dominacao-imperialista.html

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