terça-feira, 22 de abril de 2014

Conversa no Boteco: como foi a estreia dos paulistas no Brasileirão


O início do Brasileirão 2014 não reservou tantas surpresas.
Claro que ainda é muito cedo para dizer quem vai se dar mal e quem vai arrebentar.
Mesmo assim, os eternos candidatos ao rebaixamento fizeram jus à má fama e os sempre favoritos ao título deram conta do recado.
Este Conversa do Boteco reuniu os jornalistas Eduardo Belo, Giuliano Villa Nova, Jorge Luiz Ferreira, Celso Cassiano Nascimento, Daniel Akstein Batista, Arthur Pereira Filho, Fernando Pesciotta, Carlos Motta e Mario Rocha para que eles comentassem a estreia de seus times de coração.
Eles não deixaram por menos e fizeram soar as cornetas.
Acompanhe.
Eduardo Belo
Tenho pouco a dizer. 
Por conta dos feriados, não acompanhei a rodada como deveria.
Mas posso dizer que o Santos tem um problema de R$ 40 milhões: Leandro Damião. 
Fazer o time jogar em função dele está sendo uma temeridade. 
Perde muitos gols feitos, como o que perdeu ontem, sem goleiro. 
Não joga para o time e ainda tira a velocidade. 
Tudo indica que sua passagem pela Vila Belmiro será um fracasso.
Não fosse a ajuda do árbitro, marcando um gol em impedimento (embora tenha deixado de marcar um pênalti, em clara situação de mão na bola), o time teria amargado a primeira derrota.

Giuliano Villa Nova
O São Paulo estreou sem grandes dificuldades contra o Botafogo, no Morumbi. O resultado foi construído graças à fragilidade do adversário, mas também ao talento do trio Pato, Ganso e Luís Fabiano. 
Se ainda não serviu para testar a solidez defensiva do time - pelo contrário, em alguns momentos Rogério Ceni ficou desguarnecido contra os atacantes cariocas - pelo menos valeu para o Fabuloso marcar seu gol 190 pelo Tricolor e alcançar uma marca histórica, tornando-se o terceiro maior goleador do clube em todos os tempos. 
Ainda é muito cedo para dizer onde a equipe de Muricy Ramalho pode chegar. Por esse jogo, impossível, já que o adversário tem sérias dificuldades com o elenco e passa por um momento de total desmotivação, pela eliminação da Libertadores. 
Mas largar com três pontos em casa pelo menos dá tranquilidade até a próxima rodada.

Jorge Luiz Ferreira
Não tive chance de ver nada da estreia do brasileirão. 
Só sei que os bambis venceram o Botafogo por 3x0.
Grande coisa! 
O Botafogo é o menor dos grandes times brasileiros.
E como eu sempre digo, só não é uma Portuguesa porque, um dia, num passado distante,Garrincha jogou lá.
Ainda mais jogando no Morumbi, não serve de teste. 
E soube, também, que o Curintia empatou como Atlético Mineiro no Triângulo (não sei se em Uberaba, Uberlândia ou na bosta de Araguari...). 
Do jeito que as coisas vão lá pelos lados da Zona Leste, já foi um bom resultado...

Celso Cassiano Nascimento
O São Paulo jogou bem, o Ganso também teve um ótimo desempenho, junto com o Luís Fabiano, não dando chances para o Botafogo, que parecia estar apático. 
O nosso Palmeiras, como sempre só jogando nos minutos finais... Sinceramente pensei que perderíamos, o Criciúma veio para cima, dominando o primeiro tempo inteiro e abrindo o placar com o gol contra do Alan Kardec no cabeceio. 
Mas sinceramente merecia perder. Ainda bem que o juiz ajudou, errando para os dois lados. 
Arbitragem como sempre de péssimo nível. 
Pelo visto vai ser mais um Brasileirão de muita incompetência da arbitragem.
O Corinthians, do jeito que vai com esse técnico incompetente e medroso, jogando com seis volantes, o cara tá maluco. 
Começou o jogo com o melhor jogador no banco, o Guerrero, que quando entrou na partida conseguiu fazer jogadas importantes, dar mais ritmo de jogo. O time só não ganhou porque teve medo de arriscar.
O Mano tirou o Luciano para a entrada do Guerrero, deveria ter jogado no ataque com Guerrero, Romarinho e Luciano.

Daniel Akstein Batista
Uma estreia vencendo por 3 a 0 é sempre bom, mas o importante é ver nas próximas rodadas se o São Paulo vai conseguir manter o ritmo que teve contra o Botafogo. 
E se Ganso, Pato e Luis Fabiano vão continuar com o bom futebol.
Pelo o que os três mostraram no Morumbi, a torcida tricolor pode ao menos esperar um 2014 melhor que 2013. 
Ao menos com o fantasma do rebaixamento passando longe desta vez. Falando de Pato, acredito que a camisa são-paulina caiu bem nele. 
Está mostrando garra, vontade, gana de vencer. 
O que é muito importante e traz benefícios ao time.
Já que vi um pouco do jogo do Palmeiras, aproveito para dar meu pitaco também. 
E, ao contrário da torcida tricolor, a do Alviverde pode já começar a se preocupar. 
Tudo bem que o time venceu (com uma ajudinha da arbitragem), mas que sufoco... 
Depender de um só jogador, Alan Kardec no caso, será um grande problema. Ainda mais que a diretoria pelo jeito está fazendo de tudo para perder seu melhor atleta. 
Pelo que vi, faltam tática, técnica e treino ao Palmeiras. 
Tudo isso pode - e deve - melhorar ao longo do campeonato. 
Mas ainda assim, numa análise crua, o Palmeiras ainda está bem abaixo do São Paulo, que começa o Brasileirão empolgado.

Arthur Pereira Filho
Muricy mudou o jeito do time jogar na estreia do campeonato e o São Paulo fez o melhor jogo do ano, o que pode não ser grande coisa, mas já é alguma coisa.
Pato, por incrível que possa parecer, foi o melhor em campo, mais pelas assistências do que tenha feito dentro da área. 
O Boschilia finalmente estreou jogando desde o começo e foi  bem.  
Acho que o Muricy ficou com medo de criar um novo caso Oscar no São Paulo e pôs o moleque pra jogar. 
O Ganso e o Luís Fabiano subiram muito nessa formação, em que parece que os jogadores ficam mais próximos uns dos outros, sempre com opção de passar a bola sem dar chutão. 
A função de corredor ficou com o Douglas, que também foi bem. 
O problema é que o Botafogo jogou muito mal e facilitou a vida do São Paulo. Será preciso testar essa formação em jogo mais complicado.
Mas não sei se isso vai complicar mais a defesa do que ela já anda complicada. 
Afinal o que o técnico fez foi tirar o Oswaldo para colocar o Boschilia.
Vamos ver o que acontece contra o Cruzeiro.

Fernando Pesciotta
Por causa do feriado, não vi muita coisa. 
Além disso, primeira rodada é primeira rodada. 
Neste ano, com o agravante de que o campeonato vai parar durante a Copa. 
Como já disse em outra ocasião, os times tendem a se revelar mais inteiros no segundo semestre, após o mundial e com o Brasileirão correndo em paralelo com a Copa do Brasil. 
Neste domingo deu para ver que todo mundo ainda está meio de freio de mão puxado. 
Os candidatos ao título são muitos, mas todos terão de melhorar muito.

Carlos Motta 
Ao contrário de 90% dos torcedores palmeirenses que comentam (ou melhor, cornetam) nas redes sociais, e mesmo da maioria dos jornalistas esportivos, não vi um péssimo jogo do Verdão contra o Criciúma. 
Achei a estreia razoável, contra um time muito motivado por jogar em seu campo, empurrado por uma torcida entusiasmada. 
Levou um gol bobo, dominou o adversário inteiramente no restante do primeiro tempo, mas não conseguiu finalizar. 
No segundo, começou melhor, deixou o Criciúma crescer, e no fim partiu para o abafa, fazendo, com relativa facilidade, dois gols. 
A imprensa destaca, como se fosse o fim do mundo, o pênalti que o árbitro deixou de marcar contra o Palmeiras. 
E daí?
Nós, palmeirenses, cansamos de ver a juizada, nem digo errar, mas roubar, na maior cara de pau, contra nós.
Um dia acontece de o erro - os tais cronistas esportivos não gostam de dizer que "errar é humano"? - ser a nosso favor.
Bem, de qualquer forma, o choro é livre e o Criciúma tem o jogo de volta para descontar.
O time do Palmeiras não é ruim.
Precisa de alguns ajustes na defesa, incluindo nesse setor os volantes - que prefiro denominar de meias defensivos.
O ataque ainda não desencantou, mas está dando para o gasto.
Novamente, ao contrário de 90% dos torcedores, não acho que Alan kardec seja um centroavante muito acima da média. 
É mais ou menos: não é veloz, dribla pouco, sai muito da área (talvez a pedido do técnico), erra gols fáceis.
Mas enfim, em terra de cego...
Acima da média é Valdívia, o melhor meia em atividade no futebol brasileiro.
E o goleiro Fernando Prass.
Leandro e Bruno César têm potrencial para crescer.
Wesley é estilo peladeiro, mas sabe jogar.
O velho Lúcio não decepciona.
Enfim, não vejo nenhum time muito superior ao Palmeiras neste Brasileirão.
Mais que treino, os jogadores palmeirenses precisam ter confiança, auto-estima, vontade de vencer.
E a torcida precisa fazer o que a ela compete, que é torcer, e não encher o saco de todo mundo - diretoria, comissão técnica e atletas.
Quanto aos outros times...
Bem, vi um pouco do São Paulo jogar contra o vento.
Ganhou só de 3 a 0.
Nem preciso dizer mais nada...

Mario Rocha
Entre os paulistas, o Palmeiras conseguiu o melhor resultado da rodada ao vencer fora de casa. 
Curioso notar que o Alan Kardec, que está pra sair do time, fez um gol contra. O que a psicologia diria a respeito? 
O segundo melhor resultado coube ao São Paulo, com a boa vitória, jogando em casa, sobre o Botafogo. 
O Corinthians empatou fora graças à falta de pontaria dos atacantes atleticanos (essa foi a manchete do "Estado de Minas" ontem) e o pior resultado ficou com o Santos, que empatou em casa com um time que não é candidato ao título. 
Olhando apenas os resultados dos jogos (o que é muito pouco para uma análise), posso chutar que o São Paulo está acertando o time aos poucos, mas ainda é cedo para grandes projeções; o Santos entrou em decadência precoce e Corinthians e Palmeiras continuam na mesma. 
O Corinthians com dificuldade pra vencer e o Palmeiras batendo nos pequenos.
http://botecobola.blogspot.com.br/2014/04/conversa-no-boteco-como-foi-estreia-dos.html

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