POR MARINA DIAS, DIRETO DE SANTOS (SP)
 
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (4) que o governo da presidente Dilma Rousseff fará novas desonerações na folha de pagamento até o início de 2014. Durante o 57o Congresso Paulista de Municípios, realizado na cidade de Santos (SP), o ministro disse que a desoneração será feita "progressivamente", para manter o equilíbrio fiscal do país.
 
A declaração acontece um dia depois que a presidente sancionou lei para desonerar a folha de pagamento de dezenas de setores. Dilma, no entanto, vetou o benefício para alguns segmentos importantes, como transporte (rodoviário, ferroviário e metroferroviário de passageiros), empresas jornalísticas, de reciclagem e prestadoras de serviços para infraestrutura aeroportuária, hospitalar e engenharia e arquitetura.
 
Mercadante, por sua vez, garante que a desoneração continuará sendo feita e poderá englobar os setores deixados de lado com o veto. "Nós faremos novas desonerações daqui para o ano que vem, mas os setores prioritários serão definidos pela presidenta Dilma". No início de março, por exemplo, a presidente anunciou, durante pronunciamento em rede nacional, a retirada dos impostos federais que incidem sobre todos os produtos da cesta básica.
 
Durante coletiva de imprensa, o ministro da Educação também comentou a declaração do senador mineiro Aécio Neves (PSDB), que usou a expressão "revolução" para definir o golpe de 1964, durante seu discurso no mesmo evento, pela manhã. O senador é o principal nome do PSDB para disputar a eleição presidencial no próximo ano.
 
"Respeito a opinião de todos, mas eu, particularmente, tenho profunda convicção que vivemos no Brasil uma ditadura militar [entre 1964-1985]", afirmou Mercadante. Para ele, sua geração conviveu com exílio, censura e mortes e, hoje, a Comissão da Verdade faz um trabalho para "mostrar as tragédias e dores" àqueles que "não têm a memória do que verdadeiramente aconteceu".
 
Durante sua palestra, de aproximadamente trinta minutos, Mercadante destacou as metas da educação no país para os próximos anos, mas ouviu reclamações dos prefeitos que não conseguem obter equipamentos a preços mais baratos via pregões eletrônicos do MEC.
 
Mercadante afirma que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) "está colocando dificuldade" para os municípios conseguirem acesso aos pregões e prometeu resolver pessoalmente o impasse. "Espero que a gente supere isso".