quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Queda da inflação e cinismo da mídia



Altamiro Borges, Blog do Miro

“No início do ano, a mídia rentista fez o maior terrorismo com a volta da inflação. Alguns “analistas do mercado” – nome fictício dos porta-vozes do capital financeiro – garantiram que o governo havia perdido o controle sobre os preços e que estava em curso uma nova explosão inflacionária. Nos últimos dias, porém, eles próprios já admitem que a inflação deve cair nos próximos meses. Sem fazer qualquer autocrítica, a mídia só não admite que faz o jogo dos banqueiros, que pressionam o governo pelo aumento dos juros.

Nesta semana, “os analistas de mercado fizeram um leve ajuste nas projeções para a economia neste ano e diminuíram, pela primeira vez depois de sete semanas, a expectativa para a inflação no final de 2013. A previsão do mercado agora é que IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo, o índice oficial de inflação) encerre o ano em 5,70%”, relata a Folha. O mesmo jornal que deu várias manchetes sobre o risco iminente da explosão inflacionária, agora dá uma notinha em que admite que o monstro está sob controle.

Diante da violenta pressão dos rentistas, o governo até deu sinais de vacilação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, andou dizendo que andava “preocupado” com a inflação, sinalizando que o Banco Central poderia retomar a trajetória de alta da taxa básica de juros, a Selic. Isto animou os agiotas financeiros, que passaram a apostar numa mudança de rumo do Banco Central. Ontem, porém, num evento em Nova Iorque, o presidente da instituição jogou água fria na fervura, decepcionando os agiotas financeiros.

Alexandre Tombini afirmou que a inflação declinará no segundo semestre deste ano e que o crescimento da economia será retomado. “A inflação dos preços de alimentação vai se moderar, assim como o crescimento do crédito”, explicou. Ele também enfatizou que a redução do preço da energia terá maiores efeitos a partir deste mês sobre os custos de produção e nos preços das mercadorias. Com isso, ele ajudou a desfazer as apostas do capital financeiro numa alta da taxa básica de juros – hoje em 7,25% ao ano.”

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