quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A democracia do DEM



Um episódio ocorrido quarta-feira na Câmara dos Deputados mostra bem qual é o nível da oposição brasileira. A notícia da Agência Brasil, reproduzida a seguir, fala por si só:
Deputados do DEM e do PT trocaram insultos hoje (27) por causa de um painel em alusão ao ano de 2005, com referência ao mensalão, confeccionado pelo DEM, e colocado no corredor que dá acesso ao plenário da Câmara. No local, o PT expõe fotos em comemoração aos 33 anos de existência da legenda e dez anos no comando do país, mas sem menção ao ano de 2005, quando aconteceu o episódio do mensalão.

A confusão começou quando o deputado Amauri Teixeira (PT-BA) retirou o painel. Os deputados do DEM protestaram e a discussão foi levada ao plenário. O vice-líder do PT, deputado Sibá Machado (AC) repudiou a atitude do DEM e pediu que fosse reforçada a segurança da Câmara para o ato em comemoração ao aniversário do PT. 
O vice-líder do DEM, deputado Onyx Lorenzoni (RS), rebateu as críticas petistas e defendeu a atitude do seu partido de expor o painel, considerando-a como democrática. Lorenzoni criticou os petistas por não fazerem referências ao ano em que ocorreu o chamado mensalão. Revoltado, o deputado Devanir Ribeiro (PT-SP), tirou o microfone das mãos do parlamentar do DEM. 
No final da tarde, a bancada petista, o presidente do partido, Rui Falcão, e a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, fizeram a inauguração simbólica da mostra com as imagens que relembram a história do PT.
O mais interessante de tudo é o conceito de democracia desses integrantes do tal DEM, ou Democratas, sucessor do PFL, que por sua vez nasceu da velha Arena, partido que era a cara civil da ditadura militar. Para eles, uma provocação barata, como a instalação do tal painel, é uma manifestação democrática.
Com esse conceito na cabeça, não é de se estranhar a insignificância a que o DEM foi reduzido nesses últimos tempos e o desespero de seus poucos integrantes em se fazer notar pela imprensa, sempre tão obediente a seus propósitos.
Alguém precisa dizer a essas viúvas da ditadura que o Brasil mudou muito desde os tempos em que eles se apressavam a lustrar as botas dos militares.
Hoje, entre outras mudanças, ninguém aceita ser vítima impassível da truculência.
Democracia é mais ou menos assim: fala-se o que quer, escuta-se o que não quer.
cronicasdomotta.

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